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Saiba mais sobre a política que tem separado crianças de pais nos EUA

Essas crianças chegaram aos EUA com os pais ou guardiões legais, que foram processados

Por Redação com Agências 20/06/2018 15h03
Saiba mais sobre a política que tem separado crianças de pais nos EUA
Reprodução/John Moore

Pelo menos oito crianças brasileiras foram separadas dos pais ao atravessarem a fronteira dos Estados Unidos, segundo informou o consulado brasileiro em Houston ao jornal "Folha de S. Paulo".


De acordo com a "Folha", os dados são das últimas seis semanas, quando foi dado o início da política de tolerância zero da administração de Donald Trump com a travessia ilegal da fronteira. Pelo menos 2 mil crianças imigrantes foram separadas de seus pais nos EUA.


O fotógrafo contou à BBC: "Gostaria de ter passado mais tempo com elas, mas não pude. A mãe disse que vinham de Honduras, que estava viajando havia um mês com sua filha de dois anos."


"A mulher deve ter 30 anos de idade e estava carregando a filha no colo", diz Moore.


"O agente de fronteira pediu a ela que deixasse a criança no chão para que pudesse fazer sua identificação e uma revista corporal", diz o fotógrafo. Mas assim que ela acatou o pedido, "a criança começou a chorar".


Moore diz que a cena o impactou, embora trabalhe na região da fronteira com o México há mais de dez anos e já tenha atuado também em locais como o Paquistão e o Oriente Médio.

O cônsul-geral adjunto em Houston, Felipe Costi Santarosa, disse ao jornal que as crianças brasileiras estão em abrigos nos estados da Califórnia e do Arizona; têm entre 6 e 17 anos; algumas são irmãos.


Essas crianças chegaram aos EUA com os pais ou guardiões legais, que foram processados por travessia ilegal da fronteira e enviados a prisões federais (algo que não ocorria antes do governo Trump).


Santarosa contou que uma das crianças brasileiras, por exemplo, está perto de completar 18 anos. Por isso, ela deverá sair do abrigo de menores e ser transferida a um centro de detenção para imigrantes. Já se a prisão dos pais das crianças se arrastar por muitos meses, pode ser avaliada a possibilidade de pedir a deportação do menor para a família no Brasil.


Crianças, por lei, não podem permanecer nesses estabelecimentos, e por isso são encaminhadas a abrigos espalhados pelo país. De acordo com a "Folha", no passado, o número de casos similares era de dois ou três por ano.