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Hospital da Mulher é pioneiro na contratação de doulas pelo SUS

Os resultados do parto são melhores com a atuação das profissionais

Por Agência Alagoas 14/10/2019 13h01
Hospital da Mulher é pioneiro na contratação de doulas pelo SUS
Carla Cleto/ Agência Alagoas

Doula é a acompanhante de parto que oferece assistência para a mulher no pré-natal, durante o parto e após o nascimento do bebê. Se você nunca ouviu falar nela ou já teve atendimento com alguma, saiba que o Hospital da Mulher Drª. Nise da Silveira, localizado no bairro Poço, em Maceió, disponibiliza esse serviço às gestantes alagoanas, destacando-se como a primeira unidade hospitalar do Brasil a contratar essas profissionais para integrar a equipe de assistência ao parto humanizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

A diretora-geral do Hospital da Mulher, Eliza Barbosa, explica que o atendimento humanizado é uma prioridade da unidade que conta, especialmente, com dois quartos PPP (pré-parto, parto e pós-parto imediato) em ambiente confortável para deambulação, chuveiro morno, banheira, trabalho com bola suíça, musicoterapia, aromaterapia e penumbra.

“Aqui, na maternidade, temos doulas contratadas pelo SUS com acesso ao ambiente de parto 24 horas. As etapas de preparação, quando a parturiente chega, envolvem uma triagem inicial para avaliarmos seu pré-natal, informarmos sobre os benefícios do parto normal e os métodos não-farmacológicos - a fim de garantirmos conforto emocional e físico para estabelecermos uma confiança mútua, com afeto e respeito às individualidades e às necessidades da mãe”, garantiu Eliza Barbosa.

De acordo com Allana Moreira, doula do Hospital da Mulher, a maioria delas tem uma formação profissional anterior. Contudo, vale deixar claro que essa profissão não tem formação em enfermagem e fisioterapia, por exemplo, nem tampouco está relacionada diretamente a nenhuma dessas áreas. Para oferecer esse tipo de serviço, é preciso que se faça um curso específico para doulas, independentemente de sua formação, seja ela superior ou técnica.

O papel delas não é fazer qualquer tipo de procedimento médico. Doulas não fazem ausculta fetal, medem pressão, veem batimento cardíaco do bebê nem cortam o cordão umbilical após o nascimento. A função é dar o apoio emocional, o conforto físico, além de ser uma ponte entre os médicos e a mulher, traduzindo termos médicos para a grávida e ajudando-a a expressar seu desejo para o médico.

Os resultados do parto são melhores com as doulas, pois, segundo Allana, diversas pesquisas já mostram que a atuação das profissionais consegue reduzir a taxa de cesariana, o uso de anestesia, de fórceps e a diminuição da prática de episiotomia, que é a incisão efetuada na região do períneo (área muscular entre a vagina e o ânus) para ampliar o canal de parto, além de melhorar a qualidade dos resultados após o nascimento do bebê.

E os benefícios não param por aí: seis meses após o parto, o sucesso com a duração da amamentação e interação da mãe e do bebê é maior entre as mães que foram acompanhadas por doulas.

“São muitos benefícios, não só para a mãe e o bebê, mas também para o acompanhante e a família inteira. A mulher fica segura, consciente de todo o processo e, portanto, isso ajuda e facilita a gestante no momento do parto”, frisou Alana, que atua como doula há praticamente dois anos. 
“Nunca substituiremos a presença do médico ou do profissional responsável no momento do parto, apenas oferecemos o suporte físico, emocional e informacional, antes, durante e depois do parto, prestando uma assistência individualizada à gestante e ao seu acompanhante”, explicou.