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Sociedade Alagoana de Infectologia passa a não recomendar uso de cloroquina

Desde 15 de abril, o Estado tem feito uso moderado destes medicamentos na rede pública

Por G1 26/05/2020 12h12
Sociedade Alagoana de Infectologia passa a não recomendar uso de cloroquina
Hidroxicloroquina - Foto: Reprodução

A Sociedade Alagoana de Infectologia (SAI) emitiu um documento nessa segunda-feira (25) em que passou a "não recomendar o uso rotineiro de cloroquina e hidroxicloroquina para tratamento da Covid-19", mudando a recomendação emitida anteriormente e que vinha sendo adotada na rede estadual de saúde.

"Considerando as últimas pesquisas científicas publicadas, passamos a NÃO RECOMENDAR o uso rotineiro de Cloroquina ou Hidroxicloroquina para tratamento da COVID-19, mesmo para pacientes com fatores de risco para complicação, assim como o fez a Sociedade Brasileira de Infectologia, uma vez que ainda não foi demonstrado o benefício de tais medicações para tratar esta doença, e ainda houve associação a um risco maior de letalidade", diz trecho do documento.

Também nessa segunda-feira (25), a Organização Mundial da Saúde (OMS) suspendeu os testes com a hidroxicloroquina em pacientes com covid-19, em razão de questões de segurança.

Desde 15 de abril, o Estado tem feito uso moderado destes medicamentos na rede pública apenas para pacientes extremamente graves.

Ao site do G1, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) informou por meio de nota que não haverá mudança no tratamento feito em Alagoas e ressaltou que o "uso do medicamento é uma decisão do médico. O paciente recebe todas as informações sobre efeitos colaterais e, caso aceite a prescrição, assina um termo de responsabilidade".

No dia 20 de maio, o Ministério da Saúde emitiu um protocolo autorizando o uso de cloroquina para o tratamento da Covid-19 até em casos leves.

O presidente Jair Bolsonaro defende o uso da cloroquina no tratamento da doença causada pelo novo coronavírus. Mas não há comprovação científica de que esse remédio seja capaz de curar a Covid-19. Estudos internacionais não encontraram eficácia no medicamento, e a Sociedade Brasileira de Infectologia não recomenda a utilização. O protocolo da cloroquina foi motivo de atrito entre Bolsonaro e os últimos dois ministros da Saúde, Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich. No intervalo de menos de um mês, os dois deixaram o governo.