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Primeiro semestre de 2019 tem mais de 20 mil funcionários públicos aposentados

Número é maior que 2018 inteiro

Por UOL 01/08/2019 15h03
Primeiro semestre de 2019 tem mais de 20 mil funcionários públicos aposentados
Reprodução

No serviço público, a corrida contra o tempo para se aposentar antes da aprovação da reforma da Previdência está a todo vapor. Em apenas seis meses, o número de aposentados neste ano já superou todo o ano de 2018. Entre janeiro e junho, foram 20.652 benefícios concedidos, enquanto no ano passado o número total foi de 18.835. 

Entre os trabalhadores da iniciativa privada, houve redução de pedidos de aposentadoria: foram 876.836 entre janeiro e maio. No mesmo período do ano passado, houve 1,4 milhão de pedidos (queda de 37%).

A maior parte dos servidores federais recém-aposentados está no Sudeste (35,3%), e a proporção entre homens e mulheres é praticamente a mesma (50,1% são mulheres e 49,9% são homens).

Em relação aos cargos que ocupavam, a maioria era de nível intermediário/médio (68,1%), e praticamente todos (98,2%) receberam aposentadoria integral. A média de idade destes servidores que se aposentaram recebendo de acordo com o último salário da carreira é de 61 anos.


Os dados disponíveis no Painel Estatístico de Pessoal mostram que o ministério que lidera a corrida pela aposentadoria é o da Economia, que no governo de Jair Bolsonaro fundiu os antigos ministérios da Fazenda, Planejamento, Trabalho, Indústria e Comércio Exterior.

Ao todo, foram 6.705 aposentadorias concedidas a servidores que atuam na pasta comandada por Paulo Guedes, o equivalente a 32,47% das concessões nos primeiros seis meses do ano.

Atrás do Ministério da Economia, estão o Ministério da Saúde, com 25,94% do número total de aposentadorias neste ano, e o Ministério da Educação, com 20,95%. 

O secretário-geral do Sindicato dos Servidores Públicos Federais no DF (Sindsep-DF), Oton Pereira Neves, destaca que a reforma da Previdência não é o único fator que motivou a disparada na corrida pela aposentadoria.

Ele diz que, em janeiro deste ano, foi paga a última parcela de uma gratificação de desempenho acordada ainda no governo Dilma, em 2015. "Isso fez com que as pessoas se aposentassem. Não havia mais nenhuma vantagem em continuar no serviço público", disse Neves. 

"A máquina pública federal vai ter um prejuízo enorme, está perdendo toda a sua memória, seu patrimônio em termos de recursos humanos. A sociedade vai sentir essa falta, porque é uma irresponsabilidade você perder todo esse patrimônio que é o funcionalismo do governo", afirmou o secretário-geral do Sindsep-DF.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, já afirmou que não há previsão de realizar concursos nos próximos anos.