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Ventilador pulmonar de baixo custo é desenvolvido por pesquisadores da USP

Fabricado apenas com componentes disponíveis no mercado brasileiro, foi batizado de Inspire

Por Agência Brasil 05/04/2020 16h04
Ventilador pulmonar de baixo custo é desenvolvido por pesquisadores da USP
Divulgação/ Poli/USP - Foto: Divulgação/ Poli/USP

Pesquisadores da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP) estão desenvolvendo um ventilador pulmonar de baixo custo, que poderá ser fabricado apenas com componentes disponíveis no mercado brasileiro. Batizado de Inspire, o ventilador pretende suprir grande demanda do aparelho hospitalar devido à pandemia do coronavírus.

 “A cadeia de produção instalada atualmente deste tipo de equipamento talvez não consiga sustentar a demanda da população brasileira nas próximas semanas”, destacou um dos coordenadores do projeto, o professor Raul González Lima, especialista em Engenharia Biomédica e um dos coordenadores do projeto, titular do Departamento de Engenharia Mecânica da Poli-USP .

“Esses equipamentos [hoje comercializados] dependem de muitos componentes importados, e nem todos estão em estoque na quantidade necessária. Os componentes podem não chegar a tempo para fazer essa produção”, acrescentou.

O aparelho, cujo protótipo já está em produção, é do tipo aberto. Ele não precisa de linhas de ar comprimido – que também poderão estar em falta nos hospitais brasileiros em razão do grande número de pacientes decorrentes da pandemia.

“Possivelmente faltarão linhas de ar comprimido nos leitos de hospital, o que torna necessário o bombeamento de ar para o paciente, na hipótese da indisponibilidade. É uma demanda crítica e pontual, e depois essa tecnologia pode ser usada em áreas remotas, em que um hospital não esteja próximo”, ressaltou o professor.

Robôs de telepresença

O Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP já está testando três robôs para o teleatendimento de pessoas com suspeita de coronavírus e também para “televisitas”, quando o paciente está impossibilitado de receber visitas.

“O departamento de gastroenterologia da Faculdade de Medicina da USP chegou para a gente com demanda de proteger colaboradores contra a possibilidade de contaminação daqueles pacientes que chegam da rua com sintomas. Procuramos uma solução colocando um funcionário ou enfermeira por trás de uma telepresença para fazer essa triagem”, explicou a coordenadora do projeto, a médica Lilian Arai.

De acordo com a médica, os aparelhos foram emprestados por uma empresa que está fazendo uma ação social durante a crise. De acordo com Arai, os equipamentos têm papel fundamental na humanização dos pacientes internados com coronavírus.