Economia

Após quatro meses em alta, consumo familiar em Maceió sofre retração

Por Fecomércio/AL 24/07/2018 08h08
Após quatro meses em alta, consumo familiar em Maceió sofre retração
Reprodução

Após quatro meses seguidos na alta do consumo familiar e individual, julho é marcado pela retração do consumo. Mesmo assim, a pesquisa de Intenção de Consumo das Famílias (ICF), no mês de julho, realizada pelo Instituto Fecomércio, em parceria com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), destaca a manutenção do indicador em patamar acima dos 100 pontos, o que é positivo para o mercado. Dessa forma, quando comparamos os dados em relação ao mês imediatamente anterior, a redução foi de 3,39%.

O indicador apresenta, pelo terceiro mês consecutivo, nível de consumo superior ao mesmo período do ano passado. O levantamento aponta crescimento de 31,30% de alta em relação a 2017. Mesmo com relativa defasagem temporal, o dado da Pesquisa Mensal do Comércio, em termos de varejo, demonstrou alta de 1,7% do consumo frente ao mês anterior (abril) e crescimento de 5,2% nos últimos 12 meses.

Conforme a avaliação do assessor econômico da Fecomércio, Felippe Rocha, o principal fato para queda do consumo continua sendo a empregabilidade. Na capital, os níveis de desemprego chegam a 17,1%. Enquanto em Alagoas, a taxa já é de 17,7%. “Se no mês passado ocorreu alta do consumo com grande perda da confiança sobre a manutenção do emprego atual (-1,6%) e da perspectiva profissional (-3,5%), o mesmo se mantém no mês de julho. A desconfiança em manter seu emprego caiu -0,1% (se estabilizou) e a melhora no emprego, seja por aumento ou mudança de cargo, continua em queda, dessa vez mais intensa, -4,5%”, ressaltou Felippe.

Para o mês de julho, todos os indicadores apresentaram comportamento negativo, exceto para os duráveis, seja a renda atual (-7,5%), a compra a prazo (-7,9%), o nível de consumo atual (- 5,1%), perspectiva de consumo (-1,8%) e o momento para adquirir bens duráveis, alta de 1,8%.

“Não devemos apenas creditar o fato na empregabilidade, mesmo sendo forte variável. Outra explicação reside na reverberação tardia do momento grevista dos caminhoneiros no Brasil. Tal componente refletiu em aumento súbito de preços, nos meses de maio e junho de 1,46%, no agregado”, explicou o economista. Segundo ele, combustíveis, alimentos, bebidas sofreram choques de preços nesses dois momentos e ainda voltam a se acomodar a patamares anteriores ao de maio.

Os bens duráveis possuem bons estoques. Com isso, não sofreram as variações de preço. “Sendo assim, é notório que a compra de smartphones, notebooks, linha branca, carros e até imóveis tenham percebido leve alta entre maio e julho”, observou o assessor econômico da Fecomércio.

A coleta de informações e dados sobre a pesquisa a ICF aconteceu nos últimos 10 dias de junho, em Maceió. Foram entrevistados 500 consumidores em diversos pontos de comércio da capital. A pesquisa completa pode ser consultada no endereço www.fecomercio-al.com.br.