Política

Mourão sobre branqueamento da raça: foi brincadeira

Vice de Bolsonaro afirma que não pretende mudar forma de agir

Por Da redação com UOL 07/10/2018 17h05
Mourão sobre branqueamento da raça: foi brincadeira

Após afirmar que o neto representava o "branqueamento da raça", o general Hamilton Mourão (PRTB), vice na chapa de Jair Bolsonaro (PSL), afirmou neste domingo (7) que fez uma "brincadeira". "As pessoas levam para o outro lado. Eu fui idiota, porque eu brinco e as pessoas não entendem o que é uma brincadeira e o que não é", disse ao chegar ao aeroporto de Brasília para embarcar para o Rio. Ele acompanhará a apuração de votos na casa de Jair Bolsonaro (PSL) na Barra da Tijuca.

Após conversar com jornalistas ao desembarcar no aeroporto de Brasília, no sábado (6), o general afirmou que o neto, que o esperava no local, representava o "branqueamento [sic] da raça". "Gente, deixa eu ir lá que meus filhos estão me esperando. Meu neto é um cara bonito, viu ali. Branqueamento da raça", afirmou no fim da conversa, dando gargalhada.

Mourão afirmou que, aos 65 anos, não pretende mudar a forma de agir. "Eu sou um cara sincero, talvez vocês tenham que entender isso. Jamais vou mudar. Eu tenho que ser o que eu sou, tenho 65 anos de idade. Se eu mudar é horroroso. Não dá mais para mudar. Meus filhos se preocupam comigo, mas eu falo para eles que é o meu jeito e acabou", afirmou.

Diante das polêmicas, o vice de Bolsonaro diz que não é inimigo da imprensa. "Tenho dito que a imprensa é para os governados e não para os governantes. Vocês já me viram reclamar? Podem cobrar. Eu já apanhei bastante, não apanhei? Podem bater à vontade, a carcaça é boa", disse.

Sobre os assédios de outros partidos a Bolsonaro, Mourão afirmou que seria possível compor com alguns deles, mas não explicou como isso seria feito. Apesar disso, ele criticou o presidencialismo de coalizão e disse que Bolsonaro está em busca de nomes e não de agremiações.

"Os nossos partidos são muito fracos, a realidade é essa, temos que mudar esse nosso sistema partidário porque eles não nos representam mais. Isso é uma coisa que todo mundo tem certeza", afirmou.

As polêmicas envolvendo Mourão foram recorrentes durante a campanha. Em palestra na CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas) de Uruguaiana (RS) na semana passada, Mourão prometeu, a uma plateia composta por empresários e representantes de associações e sindicatos patronais, a realização de reformas tributária e trabalhista em um eventual governo Bolsonaro.

Ao se referir especificamente à reforma trabalhista pretendida, Mourão classificou como "jabuticabas" direitos trabalhistas que acabam onerando, segundo ele, os patrões, e elencou entre elas o 13º salario –garantido pela CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas), em legislação de 1943.

"Temos algumas jabuticabas que a gente sabe que é uma mochila nas costas de todo empresário. Jabuticabas brasileiras: 13º salário. Se a gente arrecada 12, como é que nós pagamos 13 [salários]?", definiu.