Política

Operação da PF fragiliza vice-governador Luciano Barbosa

As investigações conduzidas pela PF e CGU podem atrapalhar planos futuros do secretário

Por Blog do Edivaldo Junior 13/12/2019 15h03
Operação da PF fragiliza vice-governador Luciano Barbosa
Reprodução

Do ponto de vista político não há dúvidas. Luciano Barbosa sofreu uma grande perda. A operação Florence – “Dama da Lâmpada, desencadeada nessa terça-feira, 11, que resultou na prisão preventiva da filha e no genro do vice-governador, também implicou um dos seus mais próximos aliados político, o deputado estadual Ricardo Nezinho.

A depender dos desdobramentos, as investigações conduzidas pela Polícia Federal e Controladoria Geral da União podem atrapalhar planos futuros de Barbosa.

No momento existe a expectativa de que ele assuma o governo em 2022, num eventual afastamento de Renan Filho. Dentro de seu grupo, o vice é apontado como candidato “natural” a uma eventual reeleição.

A relação mais distante das principais lideranças políticas e o desgastes de operações da PF podem abrir espaço que Barbosa, mesmo assumindo, não dispute a reeleição e passe a apoiar um outro nome.

A operação também parece ter abalado o vice-governador do ponto de vista pessoal.

“Se alguém pensava que iria me fragilizar e me desestabilizar em função de uma situação como essa, pode ter certeza que acertou”, disse Barbosa em entrevista para uma rádio de Arapiraca, nessa quinta-feira, 12, pela manhã.

Na entrevista, Barbosa admitiu que está abalado e disse que acredita na inocência da filha. “Ela (Lívia Barbosa) foi muito firme ao pedir para que cada órgão faça a auditoria, o que vai demonstrar que todas as pessoas foram operadas por ela. Tenho absoluta certeza que ela é inocente”, disse.

Para o vice-governador o ano de 2019 não foi dos melhores. Ele enfrentou outra operação da PF há cerca de três meses, para a apuração de suspeitas de fraudes e desvios de recursos do transporte escolar na Secretaria da Educação, pasta da qual é o titular, além de uma crise política com a Assembleia Legislativa de Alagoas.

Barbosa, no entanto diz, que não se dobra: “Durante todo esse processo nunca passei o que passei agora. Isso é muito difícil. Só quem passa sabe. O que está acontecendo é um absurdo, constrangedor para mim. Se alguém pensava que iria me fragilizar e me desestabilizar em função de uma situação como essa, pode ter certeza que acertou. Agora, eu não me dobro, vou em frente”, disse.

Seja no campo político ou pessoal – ou nos dois – Barbosa terá que trabalhar muito para se recuperar de 2019 (um ano que não deverá deixar muitas saudades para ele)..

Não bastasse isso, a operação da CGU e PF também pode mudar os rumos das próximas eleições em Arapiraca, a terra política do vice-governador. Mas essa é outra história.