Política

Renan diz que nem Centrão "salva" Bolsonaro

Se Bolsonaro continuar a cometer erros, não há centrão que salve o pescoço dele, diz senador

Por Blog do Edivaldo Jr 22/05/2020 11h11
Renan diz que nem  Centrão 'salva' Bolsonaro
Renan Calheiros para a CNN/ Foto: Reprodução - Foto: Reprodução

Em entrevista exclusiva à CNN Brasil nessa quinta-feira (21), o senador Renan Calheiros (MDB-AL) classificou de “tardia e desesperada” a aproximação do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) com os partidos de centro (o chamado Centrão), do qual o próprio MDB também faz parte.

Para Renan, a aproximação justamente em um momento de crise no governo.

Durante a entrevista, Renan Calheiros avaliou que o presidente Bolsonaro “faz um governo errático, tem cometido vários erros e essa procura desesperada no momento em que a circunstância se agrava por uma aliança no Congresso Nacional, pela realização dos canais da política, eu acho que é uma coisa tardia, porque qualquer aliança, necessariamente, precisa acontecer em torno de propósito, de objetivos e não meramente de cargos”, afirmou.

Renan Calheiros avalia que se o presidente mantiver a aposta no isolamento, não conseguirá terminar o mandato: “eu acho que se o Bolsonaro continuar a cometer erros, não há centrão que consiga livrar o pescoço dele, porque a situação tem se complicado, a pandemia tem se revelado muito grave, parece crescer em proporção geométrica. Nós precisamos fazer alguma coisa e o Presidente da República não pode de forma nenhuma significar um entrave a qualquer solução”, apontou.

Apesar do tom crítico, o senador reconheceu que Bolsonaro acertou ao promover a reunião com os governadores, nessa quinta-feira.

“Acho que hoje (21) foi um grande dia, porque o que se espera de um presidente da república é que ele tenha gestos no sentido de construir uma convergência pelo que ele significa. Bolsonaro teve 57 milhões de votos, se elegeu para ser presidente da república, mas ele imagina que foi indicado para o Olimpo e isso não pode continuar a acontecer. É preciso ter prudência, é preciso ter muita racionalidade, mas é preciso manter as instituições na delimitação da democracia e é isso que os outros poderes estão tentando fazer, sobretudo Supremo Tribunal Federal”.