Política

Collor troca discrição dos últimos anos por atuação ostensiva nas redes

Do confisco aos cara-pintadas, ex-presidente tenta refazer sua imagem

Por ÉPOCA 25/05/2020 18h06
Collor troca discrição dos últimos anos por atuação ostensiva nas redes
Redes sociais do ex-presidente, Foto: Reprodução

A ‘ÉPOCA’, publicou uma matéria sobre o ex-presidente Fernando Collor de Mello e suas interações na rede social. Ao meio de comunicação, o ex-presidente Fernando Collor de Mello justifica a sua empreitada no Twitter nas últimas semanas. "O mundo passa e quem com ele não passa, fica", disse ele.

Marcado por denúncias de corrupção que envolveram sua campanha e sua gestão, Collor manteve-se afastado da cena nacional mesmo depois de voltar à política — além de ter sido eleito senador, acumulou tentativas frustradas ao governo de Alagoas e até à prefeitura de São Paulo após cumprir o período de oito anos com os direitos políticos cassados. Agora, trocou a discrição por uma atuação ostensiva nas redes.

O ex-presidente tenta cativar uma imagem carismática e não descarta que a "repaginação" culmine em uma nova candidatura à Presidência daqui a dois anos.

 Ele passou a publicar dezenas de vezes ao dia na rede social, ganhando seguidores ao comentar episódios de seu governo, como os "caras-pintada", que simbolizaram as manifestações de rua a favor de seu impeachment, e o confisco da poupança.

Em frequente interação no Twitter — em abril, ganhou cinco mil novos seguidores —, Collor não foge de perguntas sobre os temas mais espinhosos de sua biografia. "Presidente, só para tentar fazer um paralelo, quando o senhor percebeu que não escaparia do impeachment?”, questionou um seguidor. "Quando pedi para que saíssem de verde e amarelo num final de semana e as pessoas saíram de preto", devolveu. Ele também tem rebatido com pretenso bom humor referências feitas por internautas ao Fiat Elba, carro de ponta nos anos 1990 que foi pivô da revelação de um esquema de lavagem de dinheiro e corrupção envolvendo seus assessores.

Na última semana, questionado por usuários da rede social, Collor se pronunciou sobre o confisco da poupança, uma das primeiras medidas do governo e um dos episódios mais danosos à sua imagem. Ele pediu desculpas pelo resultado negativo, como já havia feito outras vezes.