Entretenimento

Museu Palácio é um mergulho na história de Alagoas

Por Daniel Borges com Secult 27/04/2019 15h03
Museu Palácio é um mergulho na história de Alagoas
Foto: Daniel Borges

Uma viagem no tempo. Visitar o Museu Palácio Floriano Peixoto (Mupa) é passear pelos antigos governos, nas palavras de Aurélio Buarque de Holanda, nos versos de Lêdo Ivo. É viver a história, cultura e a arte alagoana.

Com mais de 100 anos de história, o prédio histórico foi o Edifício Oficial do Estado - residência e Palácio do Governo - palco de grandes decisões politicas, e transformado em Museu no ano de 2006, com decreto assinado pelo então governador Ronaldo Lessa. O objetivo era de resgatar a memória histórica-social alagoana em várias fases. O espaço se tornou uma ótima opção para estudantes e turistas, além de ser um local de lazer para toda família.

Desde sua criação, o Mupa recebeu milhares de visitantes e várias exposições temporárias, que dinamizam as atividades do espaço museal. Segundo o guia Pedro Lira, os turistas e os grupos escolares são os mais presentes na visitação. “As pessoas se encantam com o Mupa, principalmente por saber que o prédio serviu de residência para vários Governadores de Alagoas.”, disse.

“A procura espontânea dos equipamentos culturais sempre nos surpreendem. É muito interessante observar o crescente avanço no fluxo de turistas que frequentam o museu. As ferramentas culturais são muito importantes não apenas para a parte turística, mas na construção intelectual da sociedade”, comemora a coordenadora do Mupa, Izabel Maia.

O Mupa integra o conjunto arquitetônico dos Martírios, tombado pelo Patrimônio Estadual no ano de 2000, e formado pelos edifícios da Fundação e Museu Pierre Chalita, Igreja de Nosso Senhor Bom Jesus dos Martírios e o Palácio das Águias, antiga sede da Secretaria Municipal de Assistência Social de Maceió.

O seu acervo guarda relíquias do mobiliário nacional, que inclui ricas coleções de cristais, pratarias, objetos decorativos, móveis antigos e quadros de pintores alagoanos, como Luiz Silva, Miguel Torres, Lourenço Peixoto, e a maior coleção de quadros de Rosalvo Ribeiro, 21 obras no total. “Das mais procuradas está o Sans-Souci, que fica no anexo do Salão Nobre, e que tem um diferencial, a pintura nos olhos segue a pessoa enquanto ela caminha”, destaca o guia.

A turista Rosane Paulo de Melo, do Rio de Janeiro, se encantou pela arquitetura do prédio e montagens das exposições. “As instalações são fantásticas e a arquitetura dos salões antigos são muito chiques”, disse.

Outro ponto positivo destacado pela família é a presença de guias. “Às vezes a gente entra no museu por conta própria e não conseguimos acompanhar a história do lugar. Aqui, o guia foi nos orientando e fez toda a diferença”, disse Cezar Paulo Augusto.

“Apesar de Maceió ter muitas praias e coisas interessantes, as pessoas podem achar que estamos perdendo tempo visitando o museu, mas a gente está ganhando. Saímos daqui tendo outra visão do estado”, afirmou Rosane.

O museu também abriga os memoriais do poeta Lêdo Ivo, do dicionarista Aurélio Buarque de Holanda e dos Patrimônios Vivos de Alagoas.

Por conta da sua importância histórica, o ambiente se mantem até hoje como sede de algumas reuniões e encontros oficiais com governador e autoridades. Além de reuniões do governo, o espaço também é atual sede da Secretaria do Estado da Cultura (Secult).

Memorial Lêdo Ivo

O Memorial Lêdo Ivo é dedicado ao talento e ao legado do escritor, poeta, jornalista e cronista alagoano, falecido em dezembro de 2002. O espaço instiga e torna viva a produção do alagoano e sua trajetória, e conta com duas salas multimídias com vídeos do escritor; dois corredores que delineiam em linhas do tempo o percurso pessoal e profissional de Lêdo Ivo; vários prêmios, inclusive internacionais; depoimentos de autoridades conhecedoras de sua vasta obra; seus livros; fotos e imagens que mostram um pouco mais de sua vida. Todo o acervo foi doado ao Estado de Alagoas e organizado em um ambiente que traduz o universo do Poeta.

Entre suas principais obras estão o livro de poesia “Finisterra” e o romance “Ninho de Cobras”, ambos marcados pelo imaginário da terra local alagoana.

Memorial Aurélio Buarque de Holanda

O alagoano e dicionarista mais famoso do Brasil, Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, natural do Município de Passo de Camaragibe, tem um espaço de memória em sua homenagem no Museu Palácio Floriano Peixoto, inaugurado em 03 de maio de 2010.

O local revela detalhes da história do criador do Novo Dicionário de Língua Portuguesa, o dicionário Aurélio. Todo acervo foi doado pela sua esposa, Marina Baird, e conta com objetos pessoais, manuscritos, textos datilografados, fotografias, comendas, medalhas, anotações do dicionarista, e uma cópia da primeira edição do dicionário, com dedicatória do próprio Aurélio.

Memorial Patrimônio Vivo de Alagoas

Prática que não pode parar. Os mestres do Patrimônio Vivo são de grande representatividade nas áreas em que atuam e criam maneiras de perpetuar a cultura de Alagoas, transmitindo valores e fortalecendo a própria identidade do alagoano. A vida e obra desses talentos alagoanos estão reunidas no Memorial dos Mestres do Patrimônio Vivo, criado em dezembro de 2017.

O espaço apresenta fotos e a história de vida dos Mestres do Patrimônio Vivo, documentados pela Lei Estadual nº 6513/04. O registro resgata, valoriza e preserva os mestres e mestras que detêm os conhecimentos e técnicas de manifestações culturais, tradicionais e populares de Alagoas.

Atualmente, existem 40 mestres atuantes.

 

Serviço

 Museu Palácio Floriano Peixoto

 Horário de funcionamento: de segunda a sexta-feira, das 9h às 16h

 Endereço: Praça Marechal Floriano Peixoto (Praça dos Martírios), 517 – Centro

Contato: (82) 3315-7874 e e-mail: [email protected]

As visitas em grupo precisam ser agendadas com antecedência junto a equipe do Museu.