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Miriam Batucada é lembrada em disco com músicas inéditas da artista

Por G1 Alagoas 06/02/2020 15h03
Miriam Batucada é lembrada em disco com músicas inéditas da artista
Reprodução/Capa de disco

Ao investigar a vida e a obra de Miriam Batucada, com o objetivo de escrever biografia da artista paulistana, o jornalista e escritor Ricardo Santhiago se deparou com baú de músicas inéditas dessa cantora e compositora batizada como Miriam Ângela Lavecchia ao nascer em 28 de dezembro de 1946.

No arquivo pessoal que lhe foi apresentado pela irmã da artista, Mirna Lavecchia, Santhiago encontrou mais de 50 composições de autoria de Miriam nunca registradas em disco.

Deste vasto acervo inédito, o escritor selecionou 16 músicas para compor o repertório de disco que está sendo gravado em estúdio de São Paulo (SP), com produção musical de Sérgio Arara, por elenco que inclui Áurea Martins, Blubell, Ceumar, Cida Moreira, Edy Star, Fafy Siqueira, Juliana Amaral, Leila Maria, Marcia Castro, Marcos Sacramento, Maria Alcina, Silvia Machete, Vange Milliet, Vânia Bastos, Zé Luiz Mazziotti e Zeca Baleiro, além de própria Miriam Batucada, ouvida em registro inédito da música Ela.

Sob direção artística de Ricardo Santhiago, o time de intérpretes presta tributo fonográfico à cantora que saiu de cena, aos breves 48 anos, em 2 de julho de 1994, data presumida da morte da artista, cujo corpo foi encontrado somente em 21 de julho daquele ano, no apartamento em que Miriam morava sozinha na cidade de São Paulo (SP). Pelo avançado estado de decomposição do corpo da artista, estimou-se que a morte – provavelmente provocada por infarto – tivesse acontecido cerca de 20 dias antes.

Ao sair de cena, Miriam Batucada deixou pequena obra fonográfica composta por dois álbuns – Amanhã ninguém sabe (1974) e Alma da festa (1995) – e nove compactos, além do cultuado disco coletivo Sociedade da Grã-Ordem Kavernista apresenta Sessão das 10 (1971), gravado por Miriam com Edy Star, Raul Seixas (1945 – 1989) e Sérgio Sampaio (1947 – 1994).

Naquele ano de 1971, o “Batucada” já tinha sido incorporado há alguns anos ao nome artístico de Miriam pela singular habilidade da artista para extrair sons percussivos de batuque feito com as mãos, com apurado senso rítmico.

Antes da idealização e gravação desse disco com músicas inéditas da artista, tributo previsto para ser editado simultaneamente com a biografia de Ricardo Santhiago, o cancioneiro autoral de Miriam Batucada contabilizava dez canções gravadas.

Com o tributo, a lista ganha títulos como Nasci em São Paulo, canção de tom autobiográfico gravada pela cantora Vânia Bastos com participações de Caçulinha (primeiro músico a tocar com Miriam) e da radialista Cidinha Campos, responsável por dar o nome artístico de Miriam Batucada no fim dos anos 1960.

Das 16 músicas do disco, três – Crooner de orquestra, Nordestina paulistana e Viro gente (O robô) – são parcerias da cantora e compositora com Renato Barbosa. As demais são assinadas somente por Miriam Batucada. Eis as 16 músicas e os respectivos intérpretes do disco produzido em louvor à memória de Miriam Batucada:

1. Nasci em São Paulo (Miriam Batucada) – Vânia Bastos

2. Belo rapaz (Miriam Batucada) – Fafy Siqueira

3. Fui procurar um psicanalista (Miriam Batucada) – Silvia Machete

4. Crooner de orquestra (Miriam Batucada) – Áurea Martins

5. Prendas do lar ( Miriam Batucada) – Cida Moreira

6. Samba do orgasmo ( Miriam Batucada) – Marcos Sacramento

7. Nordestina paulistana (Miriam Batucada) – Blubell

8. Doutor Jacinto (Miriam Batucada) – Vange Milliet

9. Playboy (Miriam Batucada) – Leila Maria

10. Estrela do cabaré (Miriam Batucada) – Edy Star

11. Pra nada (Miriam Batucada) – Juliana Amaral e Zé Luiz Mazziotti

12. Cobertura na Bela Vista (Miriam Batucada) – Zeca Baleiro

13. Gente fina é a mesma coisa (Miriam Batucada) – Marcia Castro

14. Viro gente (O robô) (Miriam Batucada) – Ceumar

15. Desmascarando a cara (Miriam Batucada) – Maria Alcina

16. Ela (Miriam Batucada) – Miriam Batucada