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Oscar 2020: briga política brasileira e poucas surpresas

Premiação pode coroar Netflix e acirrar as discussões políticas no Brasil com uma eventual premiação do documentário

Por Exame 07/02/2020 13h01
Oscar 2020: briga política brasileira e poucas surpresas
Foto: Divulgação

São Paulo — Acontece neste domingo 9, no Dolby Theatre de Los Angeles, a noite mais aguardada do ano para os fãs de cinema e tapete vermelho: a cerimônia do Oscar.

A edição 2020, que pelo segundo ano consecutivo não trará um host (deu muito certo em 2019), promete focar mais nos filmes e na festa (haverá apresentação musical de Elton John e da ganhadora do Grammy Billie Eilish) e menos em alguma questão política.

É que os últimos anos foram quentes, com debates relevantes e urgentes tomando conta da cerimônia, fato que, inclusive, espantou a audiência mais conservadora e republicana (até Donald Trump comemorou as quedas na audiência em seu Twitter).

Teve ano que o movimento #MeToo, sobre assédio na indústria do cinema e a necessidade de mais representatividade feminina, principalmente na categoria de melhor direção, foi o foco da festa. Em outro ano, a questão do racismo serviu de centro para a cerimônia, que cobrou mais atores negros, latinos e asiáticos entre os indicados.


Mas esse ano a Academia parece não ter dado muito bola para os debates dos últimos anos. Entre os diretores indicados, apenas homens. Entre os vinte atores indicados nas quatro categorias de atuação, apenas Cynthia Erivo (“Harriet”) não é branca. Resta aos vencedores aproveitarem o tempo de discurso para falar algo a respeito.

Joaquin Phoenix criticou a falta de diversidade no Bafta, em Londres, quando foi escolhido Melhor Ator por “Coringa”. A chance de fazer o mesmo domingo é grande. Veganismo também pode estar na pauta do ator, que é vegano desde a infância. Ele elogiou os organizadores do Globo de Ouro, em janeiro, por terem servido um jantar plant-based.

Quanto aos indicados e vencedores, há sempre possibilidade de uma surpresa, mas em 2020 é improvável que algo saia do roteiro. É que os prêmios dos sindicatos, dados antes do Oscar, historicamente coincidem com os vencedores do Oscar, com poucas exceções.

Assim, basta olhar para o PGA (do sindicato dos produtores) e para o DGA (do sindicato dos diretores) para apostar que “1917” será o grande vencedor da noite, com seu diretor Sam Mendes também saindo premiado (mas Quentin Tarantino ou Bong Joon-ho podem atrapalhar a festa de Mendes).

Nos últimos quinze anos, em cinco oportunidades o PGA não coincidiu com o Oscar de Melhor Filme. O coreano “Parasita” é o grande azarão, mas seria disruptivo demais para a velha e conservadora Academia de Hollywood dar o prêmio máximo a um filme falado em coreano. Mesmo assim, os prêmios de Melhor Filme Internacional e Melhor Roteiro Original estão praticamente garantidos a ele.