Agro

A usina Pindorama registra a segunda maior safra de cana da história

Por Blog do Edivaldo Junior 08/03/2019 15h03
A usina Pindorama registra a segunda maior safra de cana da história

A safra de cana-de-açúcar 2018/2019 em Alagoas entrou na reta final. Entre as  16 usinas que operaram neste ciclo, a moagem já foi encerrada em dez indústrias e deve terminar em todo o Estado até a primeira semana de abril.

Os números divulgados pelo setor confirmam o crescimento da produção em relação a safra anterior. A estimativa atualizada do Sindaçúcar-AL é de uma produção total de 16,05 milhões de toneladas em todo o Estado, em alta de 16,6%. Antes a moagem anterior – considerada a “pior” da história recente – quando foram esmagadas 13,7 milhões de toneladas.

A variação positiva é puxada por algumas unidades que apostaram na renovação dos canaviais e na mudança do mix de comercialização. Esse é o caso da Cooperativa Pindorama, localizada em Coruripe, que encerrou a safra de cana no último dia 2 com um balanço positivo.

A usina esmagou cerca de 910 mil toneladas de cana, segundo melhor resultado de toda a sua história, atrás apenas da safra 2011/2012, quando foram processadas 947 mil toneladas.

Em relação a safra anterior, quando Pindorama processou 717 mil toneladas, o crescimento foi de 27% e refletiu na aposta da indústria na renovação dos canaviais, além do “empurrão” dado pelo clima. “A chuva ajudou bastante, especialmente após dezembro. Se o clima continuar favorecendo, esperamos um novo crescimento na próxima safra”, aponta Klécio Santos, presidente da Cooperativa Pindorama.

A produtividade média em Pindorama também aumentou em relação à safra passada, passando de cerca de 58 toneladas de cana por hectare para 60 toneladas por hectares. “Num esforço conjunto com todos os nossos cooperados, a cada safra temos renovado entre 2 mil e 3 mil hectares de cana. A renovação tem ajudado bastante a melhorar os nossos resultados”, enfatiza Santos.

Para a próxima safra, a meta é bater um milhão de toneladas. “A questão da estiagem dos últimos cinco anos, que perdurou até o final de 2018, inviabilizou, nesta safra, a produção acima de um milhão, mas ficamos colados nesse número. Fizemos investimentos pontuais em estrutura e vamos continuar trabalhando para melhorar o desempenho produtivo. No canavial, vamos focar na renovação do plantio”, adianta Klécio.

Mais etanol 

Em produtos, Pindorama produziu 855 mil sacos de açúcar de 50 quilos (sendo 90% cristal e 10% VHP) e 50,1 milhões de litros de álcool.

A usina Pindorama teve um ciclo mais alcooleiro. A explicação, aponta Klécio Santos, foi a liquidez melhor no mercado para o etanol.

“Produzimos mais etanol ao invés do açúcar VHP, que remunera menor. Fizemos uma proporção de 40% de açúcar para 60% de etanol (na safra anterior o mix foi de 45% x 55%). Com a medida do governo, o imposto foi reduzido, o etanol hidratado teve uma liquidez maior”, atenta.

Ele explica que o que o Governo do Estado fez com o decreto foi criar o crédito presumido, que consegue equiparar os impostos: “o crédito presumido é utilizado para pagar os impostos”, esclarece Klécio.

A escolha de uma safra mais alcooleira veio da demanda do mercado alagoano. “Alagoas é um estado muito pequeno e não consome todo açúcar. O decreto impacta menos no caso do açúcar. Já com etanol, o impacto é maior, tanto para fora quanto para dentro do estado. Mas continua sendo interessante, cada empresa faz seu balanço”, destaca Santos.