Agro

Etanol: unidades do NE serão as mais prejudicadas com nova cota

Mudança irá atrapalhar a produção do biocombustível nos estados

Por Assessoria 05/09/2019 15h03
Etanol: unidades do NE serão as mais prejudicadas com nova cota
Reprodução

O presidente da Associação dos Plantadores de Cana do Estado de Alagoas – Asplana, Edgar Filho, declarou que as unidades produtores do Nordeste serão as principais prejudicadas com o aumento da cota de importação de etanol determinada pelo governo federal com isenção de impostos, afetando, consequentemente, os próprios fornecedores de cana da região.

“Esse etanol vai ser desembarcado aqui no Nordeste e vai abastecer a região. Isso vai fazer com que as usinas reduzam a produção de etanol já que vai haver uma oferta grande no mercado vindo dos Estados Unidos com um excedente de mais de 120 milhões, sem taxação. O etanol vai entrar barato e vai atrapalhar a nossa produção do biocombustível que é um dos produtos mais viáveis de se produzir agora, principalmente, aqui no Nordeste”, destacou Edgar Filho.

Segundo ele, a medida força as usinas a direcionarem a produção para o açúcar. “Mas, o preço do açúcar no mercado internacional não está bom. Isso faz com que as usinas entrem em uma ação complicada, resultando em dificuldade de fechamento de contas que, consequentemente, será repassada para o fornecedor tanto na questão do ATR, quanto na compra de cana e pagamentos. O Nordeste vai sofrer muito com essa decisão”, destacou.

Para Edgar Filho uma contrapartida deveria ser dada pelo governo americano no que se refere ao açúcar. “Deveria ser liberada a importação de açúcar para o mercado americano sem taxação também ou com um valor menor. Eles não deixam que entre o açúcar de fora e cobram uma taxa altíssima que inviabiliza colocar o produto lá”, afirmou.

O presidente da Asplana comunicou ainda que o Governo de Pernambuco deverá taxar o etanol importado dos Estados Unidos. “A gente está querendo que o governador de Alagoas faça o mesmo, evitando que o produto entre no nosso Estado sem taxação. Se Pernambuco pode construir essa barreira, nós também podemos. Somos os dois maiores produtores do Nordeste e, com isso, blindamos a entrada do biocombustível dos Estados Unidos”, reforçou.