Agro

Preços do boi gordo caem com desaceleração do consumo

Analista aponta que os frigoríficos exerceram pressão sobre o pecuarista

Por Agência Safras 04/04/2020 17h05
Preços do boi gordo caem com desaceleração do consumo
Lorran Lima/Idaf

O mercado físico do boi gordo teve preços mais baixos nesta sexta-feira. O analista de Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, aponta que os frigoríficos exerceram pressão sobre o pecuarista, conforme era esperado.

“O cenário é bastante complicado, com projeções de consumo de carne bovina contraídas ao longo do mês de abril. O isolamento social provoca mudanças nos padrões de consumo ao redor do mundo. As preocupações aumentam com alguns frigoríficos relatando que suas câmaras frigoríficas estão lotadas”, assinalou Iglesias.  

Outro aspecto que produz desconforto é o cancelamento de pedidos por parte de importadores que atuam na União Europeia, com efeitos devastadores do Covid-19 no velho continente. “Nessas condições a intenção dos frigoríficos é de operar com escalas de abate relativamente curtas, entre dois e quatro dias úteis. Assim há pouco espaço para movimentos agressivos de queda da carne bovina. O ponto de alento está na retomada das negociações com a China, com relatos de novos pedidos realizados nos últimos dias”, aponta o analista. 

Em São Paulo, Capital, os preços do mercado à vista ficaram em R$ 197 a arroba, ante R$ 202. Em Uberaba, Minas Gerais, os preços recuaram de R$ 197 a arroba para R$ 189 a arroba. Em Dourados, Mato Grosso do Sul, os preços ficaram em R$ 185 a arroba, contra R$ 192 . Em Goiânia, Goiás, o preço indicado foi de R$ 185 a arroba, contra R$ 190. Já em Cuiabá, no Mato Grosso, o preço diminuiu de R$ 177 por arroba para R$ 172 a arroba.

 Atacado

No mercado atacadista, os preços da carne bovina ficaram inalterados. “A tendência de curto prazo segue indefinida, com grandes incertezas em relação ao comportamento da demanda. O que já se sabe é que o fechamento de restaurantes e de outros estabelecimentos resulta em uma menor demanda por cortes nobres, com aumento do consumo de carne de frango e cortes do dianteiro bovino, mais acessíveis”, disse Iglesias.

 Assim, o corte traseiro teve preço de R$ 13,50 o quilo. A ponta de agulha ficou em R$ 10,75 o quilo. Já o corte dianteiro permaneceu em R$ 11,40 o quilo. 

Câmbio

O dólar comercial encerrou a sessão de hoje com alta de 1,15%, sendo negociado a R$ 5,3270 para venda e a R$ 5,3250 para compra, novo patamar histórico. Durante o dia, a moeda norte-americana oscilou entre a mínima de R$ 5,268 e a máxima de R$ 5,328. Na semana, o dólar subiu 4,4%.