Turismo

Copa 2014: ocupação hoteleira fica abaixo da expectativa

Mercado aposta em crescimento pela proximidade com cidades sede dos jogos, mas Maceió não deve superar 70% de ocupação

Por Henrique Pereira 08/06/2014 11h11
Copa 2014: ocupação hoteleira fica abaixo da expectativa
Marketing em cima das belezas de Maceió ajudou a atrair quem quer sossego - Foto: secom

A Copa do Mundo no Brasil elevou a expectativa da rede hoteleira situada nas cidades sede e nas que ficam próximas aos palcos do Mundial, como é o caso de Maceió. A proximidade do Recife e de Natal, além de ter sido escolhida como Centro de Treinamento pela seleção de Gana, alimentaram a expectativa de que as reservas estivessem esgotadas para o período da competição. Ledo engano. A uma semana do início da competição, os números registrados nos hotéis da capital alagoana são, segundo os especialistas, “decepcionantes”.

Cláudio Cordeiro, diretor da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis em Alagoas (ABIH-AL), conta que, como “chamariz”, a Copa do Mundo não teve tanto efeito para impulsionar o turismo doméstico em Maceió, cidade escolhida pela seleção de Gana como “casa” durante a preparação da equipe no Mundial.

De acordo com Cordeiro, atualmente, os hotéis da capital estão tendo média de ocupação na casa dos 50% e para junho, mês da competição, este número deve chegar, no máximo, aos 70%, margem semelhante à registrada no mesmo período do ano passado. Em Alagoas, a ABIH tem 66 hotéis filiados.

“No início do ano, nós trabalhávamos com a expectativa de que circulassem aqui em Maceió, durante a Copa, cerca de 600 mil pessoas. Mas essa estimativa acabou ficando muito acima da realidade. Hoje nós admitimos que o índice se aproxime das 150 mil pessoas, talvez um pouco mais, basicamente a média de ocupação de 2013, quando não tivemos Copa”, explica.

Sossego e praias da Copa

Próxima de cidades que vão sediar os jogos do Mundial, como Recife, Salvador, Natal e Fortaleza, Maceió surge como uma opção não só para aqueles que desejam ficar perto dos palcos das partidas, mas também para os que estão em busca de “fugir da folia”. O diretor da ABIH-AL acredita que esse fator foi determinante para que os índices de Alagoas não fossem tão baixos quanto os registrados em outras cidades nordestinas.

“O marketing feito valorizando as praias de Alagoas [na campanha Praias da Copa] ajudou na escolha das pessoas que estão aproveitando o tempo da Copa para fazer turismo mesmo, descansar. Em outros estados que não vão ter jogos da Copa, a tendência é que os índices não sejam parecidos com os de Maceió, que já é um destino turístico consolidado, com ou sem uma competição assim no País. As empresas aéreas também sofreram com a especulação, e agora estão tendo que queimar as passagens em promoções e aqui sempre aparece como um bom destino”.

Investimentos e expectativas

Cordeiro, além de diretor da ABIH-AL, é diretor geral de um hotel situado no bairro da Jatiúca. O empreendimento está passando por uma grande reforma desde o início do ano. Segundo o gerente, nada que tenha sido impulsionado pensando no Mundial, mas no conforto dos clientes, independente da época.

E no que diz respeito ao crescimento do número de reservas ainda em 2014, Cláudio Cordeiro aposta nas férias de julho, logo após a Copa do Mundo, como fator que deve impulsionar o número de turistas em Alagoas.

“Historicamente, nós temos um grande fluxo de pessoas por aqui durante as férias escolares. Talvez se a Copa não fosse em um período parecido, nós tivéssemos registrado índices maiores. Mas para julho, sem dúvida, a expectativa é bem maior”, concluiu.

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