Com o custos de produção superando  o preço do litro de leite ao produtor,  produzir leite já não é considerado tão rentável assim em meio ao agravante da seca que toma conta de diferente regiões  produtivas de Alagoas. Muitos agricultores familiares que dependem do Programa do Leite para tocar a vida no campo estão com custos acima de R$ 1,65 na produção do leite que entregam ao Programa.  Alimentação e água são os pontos mais crítico na situação.

Um nova política de preço,  com base nos custos de produção,  será proposta pela Cooperativa de Produção Leiteira de Alagoas (CPLA), segundo o diretor Aldemar Monteiro.  “Como medida de urgência,colocaremos na balança a variação do custo do produtor  com  a palma, farelo de milho, soja, entre outros componentes da nutrição bovina. Esses, que são os volumosos,  são nossa maior preocupação”, conta. "Nossa sugestão é que os gestores do Programa avaliem a pertinência do aumento para R$ 1,60 considerando todos os custos", revelou. 

Além dos custos com volumosos, a CPLA, também justifica   o investimento particular dos produtores  em água na luta para permanecer trabalhando. “Além da dificuldade em baratear custos com alimentos, os produtores também sofrem com a falta de infraestrutura  hídrica em regiões carentes como o semiárido, fator que precisa ser chamado atenção”, incluiu Monteiro.

Sem muito que fazer e dependendo da doação do bagaço da cana e economia para bancar o abastecimento com  carros pipa, o produtor João Hélio,  vive  “na corda bamba”. Para ele,   uma política de preço justo, mesmo que temporária, poderia livrar o pequeno produtor do caos momentâneo. “A cada dia pior,  nosso gado não tem água pra beber, depende exclusivamente do bagaço da cana misturado com palma para não passar fome. Mesmo contendo gastos, o preços com ração e água  ultrapassam o valor que a gente ganha pelo litro do leite”,  comentou o produtor inconformado por  conviver com os efeitos da seca.