Agro
Escassez de bagaço nas usinas preocupa produtores da bacia leiteira
Com rendimento tímido da safra da cana-de-açúcar em Alagoas, o bagaço da cana também virou objeto raro nos estoques do setor. A dificuldade de encontrar o insumo, que vinha substituindo insumos como milho, soja e sorgo, ativa o sinal de alerta para os produtores da bacia leiteira que vinha recebendo bagaço de forma gratuita do governo.
A falta de bagaço nas usinas protagoniza um novo drama para cadeia produtiva do leite. De acordo com a CPLA, as 10 mil toneladas cedidas, para as condições atípicas de 2017, não deram conta da demanda. “O problema da produção leiteira em meio a seca se agrava ainda mais com mais esse obstáculo”, escancara o presidente da CPLA, Aldemar Monteiro.
Até que a estabilidade de chuvas prevaleça, segundo o dirigente da Cooperativa, a saída mais próxima seria a retomada da distribuição do bagaço. “Acredito que a saída é reunir as lideranças do setor, o governo do Estado e os municípios em busca de alternativas. Num primeiro momento, poderíamos fazer um apelo às usinas para conseguir pelo menos mais 5 mil toneladas de bagaço de cana. Com isso, ganharíamos tempo para esperar a chuva ou partir para outra solução”, aponta.
De acordo com a CPLA, desde novembro, a Bacia Leiteira registrou uma quebra de produtividade registrando o aumento de 43% nos custos de produção. Produtores foram obrigados a se desfazer do rebanho e até pegar empréstimos para evitar o abandono total da atividade.