Agro
A menor safra da história: AL só deve moer 15 milhões de toneladas de cana
Na safra de cana-de-açúcar 16/17 encerrada em Alagoas em abril deste ano, a moagem chegou a apenas 16,1 milhões de toneladas
Na safra de cana-de-açúcar 16/17 encerrada em Alagoas em abril deste ano, a moagem chegou a apenas 16,1 milhões de toneladas. A segunda menor da atual série de estatísticas.
Na história recente – incluindo os dados dos últimos 40 anos, quando o setor sucroalcooleiro alagoano passou por um “boom” de expansão em função do proalcool (veja tabela) – só a safra 93/94 registrou números inferiores, com uma produção de 15,8 milhões de toneladas. Naquele período, a quebra de safra foi provocada pela seca. Nada diferente do que a última safra.
O que se esperava é que a volta das chuvas, a partir de maio deste ano, ao menos estabilizasse a produção na casa dos 16 milhões de toneladas. As águas chegaram com atraso, especialmente para os fornecedores de cana, que registram fortes perdas de socaria.
O resultado, aponta o presidente do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool de Alagoas, Pedro Robério Nogueira, é que o setor sucroenergético de Alagoas se prepara para iniciar a menor safra da história (recente, é claro): “devemos esmagar no máximo 15 milhões de toneladas. O esforço é grande, mas os canaviais ainda estão muito curtos e, segundo levantamento das indústrias, os fornecedores de cana terão uma grande redução, o que vai impactar no resultado geral”, aponta.
Em relação a safra passada, Alagoas moerá 1 milhão de toneladas a menos. Em cana-de-açúcar, isso representa cerca de R$ 100 milhões. Se convertido em açúcar, a quebra de faturamento – a preços de hoje – passa dos R$ 200 milhões.
E essa não é a pior notícia. Os preços internacionais do açúcar continuam em queda, o que aumenta a preocupação do setor: “na safra passada a situação era muito ruim do ponto de vista agrícola, em função da seca, mas o mercado do açúcar estava em alta, o que compensou em pouco as perdas no campo. Nesta safra, a situação é bem mais grave. Além da redução na produção, que não conseguiu se recuperar, mesmo com as chuvas, temos preços até 20% mais baixos”, alerta Pedro Robério.
A avaliação apresentada pelo presidente do Sindaçúcar-AL confirma informações antecipadas aqui, na última semana, pelo presidente Asplana, Edgar Filho (http://wp.me/p6TEFy-47e).
A expectativa é que as 16 usinas que operaram em Alagoas na safra passada também operem na safra que começa na próximo segunda-feira. Veja texto da assessoria do Sindaçar-AL:
Safra 17/18 começa na próxima semana
O Sindaçúcar-AL informou que o novo ciclo da cana em Alagoas deve começa na próxima semana. O pontapé inicial para a safra 17/18 será dado pela usina Pindorama, localizada no município de Coruripe, na próxima segunda-feira, 04 de setembro.
De acordo com o calendário, anunciaram o início da moagem também para setembro as unidades industriais Santo Antonio (11); Camaragibe (12); Coruripe (15); Taquara (15); Copervales (16) e a Leão (18), além da Serra Grande (26).
Para o mês de outubro, será a vez da safra 17/18 começar para as unidades Porto Rico (02); Seresta (03); Sumauma (03); Santa Clotilde (10) e Penedo (17).
Segundo o Sindaçúcar-AL, as usinas do Grupo Caeté (Cachoeira, Caeté e Marituba) não informaram as datas que irão começar a moagem, comunicando apenas que entrarão no novo ciclo apenas no mês de outubro.
A usina Santa Maria, localizada no município de Porto Calvo, no litoral norte de Alagoas, também não informou uma data para o início do ciclo 17/18.
Sem a previsão da quantidade de cana que será processada na safra 17/18 por quatro usinas, o Sindaçúcar-AL informa que deverão ser beneficiadas 12,7 milhões de toneladas de cana.
Em comparação ao ciclo passado, quando foram esmagadas 16 milhões de toneladas, está sendo esperada uma redução de 20%. Com isso, a previsão de produção de açúcar (cristal e VHP) é de 841 mil toneladas e 178 milhões de litros de etanol (anidro e hidratado).