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Crise pode se agravar nas usinas de AL se estado não agir

O sindicato alerta que a falta de incentivos “impõe ao Estado de Alagoas uma decisão que deve ser rápida

Por Edivaldo Júnior com www.edivaldojunior.com.br 26/10/2017 07h07
Crise pode se agravar nas usinas de AL se estado não agir

Em nota distribuída com a imprensa nesta quarta-feira, 25, o sindicato que representa as indústrias de açúcar e álcool de Alagoas se posicionou sobre o pedido de recuperação judicial das empresas e usinas coligadas à Cooperativa Regional dos Produtores de Açúcar e do Álcool de Alagoas (CRPAAA).

“A decisão tomada conta com o apoio do Sindaçúcar-AL, na medida em que o pedido de RJ foi apresentado com o único propósito de manter a operação nas unidades industriais e, por conseguinte, os milhares de empregos que estas empresas geram no estado de Alagoas”, disse em nota o presidente do sindicato, Pedro Robério Nogueira.

Na nota o Sindaçúcar-AL, aponta que continua em busca de soluções no plano nacional ao lado de outras entidades que representam no setor sucroenergético, parlamentares, ministros e até a presidência da república, “por alternativas que estanquem as dificuldades crescentes na atividade canavieira e apontem para uma retomada da produção”.

Na nota, o Sindaçúcar-AL faz ainda um alerta ao Governo do Estado de Alagoas de “que a adoção de medidas no plano estadual, ainda que tardias, poderá atenuar as dificuldades enfrentadas por nossas indústrias”.

Segundo o sindicato, atualmente a legislação de Alagoas, impõe às indústrias locais a maior sobrecarga tributária entre todos os estados produtores de açúcar e etanol do Brasil, prejudicando a competitividade da empresas no mercado nacional.

“As altas alíquotas praticadas em Alagoas e a falta de incentivos, que ocorrem em outros estados produtores, a exemplo de Pernambuco, São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Paraná, vem dificultando sobremaneira o escoamento tanto de etanol quanto de açúcar, a ponto do mercado interno alagoano ser abastecido por empresas de outros estados nesses dois produtos, embora a nossa produção seja excedente”, diz a nota.

O Sindaçúcar-AL alerta que a falta de incentivos “impõe ao Estado de Alagoas, especialmente ao Poder Executivo, uma decisão, que deve ser rápida. A mudança na legislação tributária, de forma a equalizar a taxação das indústrias alagoanas com a tributação praticada nos outros estados produtores, pode manter as indústrias produzindo. Mantido o quadro atual, como já alertamos ao governador Renan Filho e ao secretário da Fazenda, George Santoro, as indústrias continuarão enfrentando dificuldades crescentes, o que decerto ameaça não só a manutenção de todo o parque fabril em operação, bem como dos milhares de empregos por ele gerados”.

Leia a nota, na íntegra:

SINDAÇÚCAR-AL
NOTA DE ESCLARECIMENTO

Alagoas deve escolher entre a produção e os empregos ou a paralisação do maior setor de nossa economia

O Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool no Estado de Alagoas acompanha de perto e com apreensão o processo que desaguou, nessa terça-feira, 24 de outubro, no pedido de Recuperação Judicial de duas empresas coligadas e sete usinas cooperadas da Cooperativa Regional dos Produtores de Açúcar e do Álcool de Alagoas (CRPAAA).

Cabe ressaltar, neste momento, que a decisão tomada conta com a compreensão do Sindaçúcar-AL, na medida em que o pedido de RJ foi apresentado com o único propósito de manter a operação nas unidades industriais e, por conseguinte, os milhares de empregos que estas empresas geram no estado de Alagoas.

A RJ, nesse momento, permite que as empresas coligadas da CRPAAA possam alongar o pagamento de débitos vencidos ou com vencimento no curtíssimo prazo, em favor da operação de suas unidades. Com o alongamento das dívidas, cujo volume é inferior a capacidade de produção, as indústrias e empresas vinculadas à cooperativa poderão priorizar o pagamento de fornecedores, trabalhadores e dos insumos essenciais para a operação de suas unidades.
Esta foi uma medida necessária ante a grave crise que se abateu no setor sucroenergético nacional, em especial o nordestino, decorrente de políticas erráticas do governo federal para a agroindústria canavieira.

A busca por soluções no plano nacional continua. O Sindaçúcar-AL trabalha, ao lado de outras entidades que representam no setor sucroenergético, Deputados, Senadores, Ministros e até a Presidência da República, por alternativas que estanquem as dificuldades crescentes na atividade canavieira e apontem para uma retomada da produção.

Cabe ao Sindaçúcar-AL, no entanto, alertar ao Governo do Estado de Alagoas que a adoção de medidas no plano estadual, ainda que tardias, poderá atenuar as dificuldades enfrentadas por nossas indústrias.

Atualmente a legislação tributária de Alagoas, que impõe às indústrias locais a maior sobrecarga tributária entre todos os estados produtores de açúcar e etanol do Brasil, prejudicam a competitividade de nossas empresas no mercado nacional.

As altas alíquotas praticadas em Alagoas e a falta de incentivos, que ocorrem em outros estados produtores, a exemplo de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Sergipe, Bahia, São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Paraná, entre outros, vem dificultando sobremaneira o escoamento tanto de etanol quanto de açúcar, a ponto do mercado interno alagoano ser abastecido por empresas de outros estados nesses dois produtos, embora a nossa produção seja excedente.

A falta de incentivos impõe ao Estado de Alagoas, especialmente ao Poder Executivo, uma decisão, que deve ser rápida. A mudança na legislação tributária, de forma a equalizar a taxação das indústrias alagoanas com a tributação praticada nos outros estados produtores, pode manter as indústrias produzindo.

Mantido o quadro atual, como já alertamos ao governador Renan Filho e ao secretário da Fazenda, George Santoro, as indústrias continuarão enfrentando dificuldades crescentes, o que decerto ameaça não só a manutenção de todo o parque fabril em operação, bem como dos milhares de empregos por ele gerados.

Cabe ressaltar, que apesar da RJ, o esforço da CRPAAA é para manter em operação as suas indústrias, o que possibilitará a retomada plena de sua capacidade produtiva e capacidade de pagamento de seus compromissos no médio e longo prazos.

Importante destacar também que todas as outras unidades industriais de Alagoas não cooperadas que operaram na safra de cana-de-açúcar 2016/2017 já estão em operação na safra 2017/2018.

Vale ainda ressaltar que todas as usinas cooperadas que operaram na safra passada já iniciaram a moagem nesta safra ou devem iniciar a moagem nos próximos dias.

O esforço dos empresários e dirigentes do setor sucroalcooleiro alagoano é para continuar produzindo açúcar, etanol, empregos e desenvolvimento no estado de Alagoas.

Cabe agora ao estado uma decisão rápida, que vá ao encontro desses esforços e ajude na retomada da produção da mais importante atividade econômico de nosso estado.

Pedro Robério de Melo Nogueira 
Sindaçúcar-AL