Agro
Mandioca amplia espaço na agricultura alagoana
Os produtores tiveram a oportunidade de apresentar os produtos e derivados da raiz
A 3ª edição da Expomandioca, este ano, provou que a cadeia produtiva da mandioca vem avançando muito na região do agreste alagoano. O evento, que tem como principal objetivo valorizar a agricultura familiar de Alagoas realizou dias de campo para produtores da raiz no estado.
Foram quatro dias com uma programação voltada para o conhecimento e técnicas agrícolas que pudessem ajudar o agricultor a desenvolver e fortalecer a produção de mandioca e seus derivados. Os produtores que estavam presentes participaram de oficinas, exposição de produtos e comercialização de derivados.
Com a promessa de apresentar a multiplicidade da raiz e a diversificação dos seus produtos, os agricultores mostraram também que é possível produzir diversos alimentos a partir da mandioca, como pizza, coxinha, beiju e até mesmo brigadeiro derivado da raiz.
Parcerias
Durante a Expomandioca, o Sebrae/AL, parceiro do evento, mobilizou produtores para uma rodada de negócios. O objetivo da entidade privada é que seja possível fortalecer a comercialização e diminuir cada vez mais a dependência que os agricultores possuem dos programas do governo.
“Tivemos o momento de rodada de negociação, e nele foi possível realizar um link entre os produtores e as empresas locais, articulando negócios para que, dessa forma, não haja a dependência do mercado institucional”, destacou a analista do Sebrae/AL, Seone Araújo.
Através da Expomandioca os produtores tiveram a oportunidade de apresentar os produtos e derivados da raiz para a população e compradores. O evento ainda reuniu os agricultores para que pudessem aprender a desenvolver novas técnicas de produção, podendo assim motivar e estimular o avanço da cadeia produtiva da mandioca.
Seone informou que o Sebrae/AL acompanha 15 grupos produtivos da raiz, que somam ao todo 237 produtores, e estão vindos de um processo de adequação do produto no mercado. “Estamos buscando fortalecer a comercialização da mandioca no estado, nós queremos agregar valor a esse produto. Temos produtos que são originalmente sem glúten, podendo atender a demanda de mercado do público que é intolerante ao glúten. O nosso objetivo é provar que o produto tem qualidade e que é possível ser integrado também ao mercado privado”, afirma a analista do Sebrae/AL.
Dia de Campo em Junqueiro
A produção de mandioca é a segunda atividade econômica mais importante de Junqueiro. O município sediou o dia de campo sobre a cultura da raiz, como parte da programação da 3ª Expomandioca. A plantação de mandioca, na região, vem se mostrando fundamental para a agricultura familiar.
O secretário de Junqueiro, Ivaldo Bosco contou que a parceria entre Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o Instituto de Inovação para o Desenvolvimento Rural Sustentável de Alagoas (Emater/AL) e os demais segmentos da agricultura de Alagoas, para a Expomandioca, está conseguindo engrandecendo a atividade no município. Além de mostrar que a cadeia produtiva da mandioca vem ganhando cada vez mais espaço no meio agropecuário do estado.
“A exposição foi um momento de aprendizado, provando que o setor vem crescendo, mostrando ainda o sucesso da produção. A vantagem dessa atividade é que ela pode ser plantada em pequenos espaços e pode ter um plantio consorciado, ou seja, pode ser plantada com outros produtos, como o milho e o feijão, podendo assim ter um aproveitamento maior de sua área produtiva”, declarou o secretário de Junqueiro.
Pesquisa
Encontrar variedades mais produtivas e práticas que se adequam melhor a cada região, é o que uma pesquisa da Embrapa vem buscando para a cadeia produtiva da mandioca.
O pesquisador da Embrapa e secretário da Agricultura de Alagoas, Antônio Santiago afirmou que os testes para melhorar o controle de ervas daninhas da plantação de mandioca já estão sendo realizados há algum tempo e que os avanços nessa pesquisa irão beneficiar todo o setor da raiz.
“Nós estamos analisando qual o comportamento dos oito materiais que temos atualmente. Os quatro primeiros já estão sendo retirados dos ensaios de adaptação, pois nos últimos cinco anos eles tem se comportado muito bem. Temos ainda outros quatro novos materiais dos produtores. Estes ainda estão sendo verificados através do controle de ervas daninhas com o uso de dois herbicidas”, disse o pesquisador e secretário, Santiago.
Além do teste com herbicidas, também estão sendo realizadas comparações com o processo de capina manual, um método amplamente utilizado em pequenas propriedades, também para o controle das ervas daninhas.
O secretário declarou ainda que a utilização de herbicidas para esse controle na plantação é um passo muito importante, porque o modelo da agricultura no estado está sendo modificado, deixando de ser apenas manual e por isso é preciso se adaptar às novas técnicas.
“Mesmo o nosso agricultor familiar está adotando novas tecnologias, nós não temos apenas a cultura consorciada, temos também a cultura isolada. Há uma preocupação com o solo também. Então o uso dessa tecnologia, do herbicida, sendo bem manejado, na dosagem que estamos utilizando, todos os custos da plantação irá diminuir, sem agredir o meio ambiente, ajudando ainda no avanço da produção da raiz”, afirmou Santiago.