Agro
Crescimento da produção de etanol depende de política de governo
O RenovaBio pode contribuir para este cenário positivo
As perspectivas para o setor sucroenergético com a chegada do programa de biocombustíveis (RenovaBio) foram apresentadas pelo diretor Técnico da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Antonio de Pádua, em seminário sobre o uso da biomassa como fonte de energia, realizado, esta semana, em Maceió.
“O RenovaBio pode contribuir para este cenário positivo. Mas, depende muito do Estado. Hoje, não há incentivo para o consumo de etanol em Alagoas. Então, se houver este incentivo e um aumento maior da produção com menores custos, além da busca do aumento da produtividade, Alagoas tende a voltar o que foi no passado, gerando mais emprego, renda e desenvolvimento”, afirmou o representante da Unica.
Segundo ele, Estados produtores do país, a exemplo de São Paulo e Goiás, vêm incentivando a produção de etanol. “São Paulo, em 2003, reduziu o ICMS de 25% para 12%. Isso fez com que o Estado, com 60% da frota brasileira, utilize 60% do consumo nacional do biocombustível. Os ganhos estão no consumidor, na redução da emissão de carbono e na geração de emprego aos produtores no interior do Estado. Este deveria ser o caminho seguido pelo Governo de Alagoas”, declarou.
Emissão de caborno
De acordo com Antonio de Pádua, o Brasil terá uma meta de descarbonização e o país só atingirá esse percentual, se houver o aumento da participação dos biocombustíveis na matriz de transporte.
“Neste contexto, é que entra o etanol. Quanto mais eficiente for o produtor, quanto maior for a produtividade agrícola e quanto menor for o uso de insumos agrícolas na atividade, haverá uma emissão menor de CO2. No final, quem sai ganhando será o consumidor que vai levar um produto mais competitivo, sustentável, com maior rentabilidade e mais em conta”, finalizou.