Usina de AL quebra recorde e tem maior safra de cana do Nordeste
Por Redação19/04/2019 14h02
A safra de cana-de-açúcar 2018/2019 chegou ao fim em Alagoas nessa quarta-feira, 17. A moagem foi maior do que o esperado em todo o Estado, apontando para uma fase de recuperação do setor sucroenergético alagoano.
Foi uma safra longa. A primeira unidade a entrar em operação foi a Santo Antônio, localizada São Luiz do Quitunde, em 13 de agosto. A usina encerrou o ciclo no dia 31 de março deste ano, com uma produção de 2,11 milhões de toneladas e crescimento de mais de 32% na comparação com a safra anterior ( 1,6 milhão de toneladas).
A última unidade a encerrar a moagem, nessa quarta-feira, 17, foi a Coruripe, localizada em Coruripe. A produção na usina chegou a 3,258 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, em crescimento de 17,81% na comparação com a safra anterior, quando foram esmagadas 2,766 milhões de toneladas.
Este ó maior volume já registrado pela unidade em toda a sua história, número que também representa um recorde histórico no setor agroindustrial do Norte e Nordeste, com moagem de cana processada numa mesma safra por uma unidade industrial.
Apesar dos bons resultados das unidades, o setor sucroenergético de Alagoas ainda está longe de atingir seu patamar médio de produção, de cerca de 25 milhões de toneladas por safra – registrados até o início da atual década.
Na safra que acaba de acabar apenas 15 usinas processaram cana no Estado, nove usinas a menos do que as indústrias que operaram na safra 2009/2010. Desde então pararam de operar (a maior sem possibilidade de retorno) as usinas Laginha, Guaxuma, Capricho, Cachoeira, Paisa, Porto Alegre, Roçadinho, Sinimbú e Triunfo
Viés de alta
No ciclo 18/19 em Alagoas deve chegar a mais de 16,3 milhões de toneladas de cana (os números finais serão divulgados pelo Sindaçúcar-AL na próxima semana), com um crescimento cerca de 19% na comparação com a safra anterior, quando foram esmagadas 13,7 milhões de toneladas de cana.
Em avaliação prévia, o presidente do Sindaçúcar-AL, Pedro Robério Nogueira, aponta que “foi uma safra dentro do esperado, mas com viés de alta. Bom volume de produção, bom rendimento. O balanço só não é mais positivo por conta dos preços, que continuam em baixa”.
A boa notícia é que se as chuvas continuarem ajudando, a próxima safra poderá ser um pouco maior. O setor também vive expectativa de novos investimentos no Estado, tanto do setor público quanto privado, o que pode sinalizar para uma retomada do potencial de produção no médio prazo.
Clima e investimentos
Para o presidente da Usina Coruripe, Mário Lorencatto, o clima foi um dos fatores que ajudaram a chegar ao resultado final. “Choveu no compasso certo. A boa distribuição das chuvas ajudou no desenvolvimento da cana. Tivemos também uma boa renovação do canavial, o que resultou no aumento na área de cana própria e também na cana dos fornecedores”, explica Lorencatto.
As mudanças na tributação estadual sobre o setor também contribui para o bom desempenho da indústria e deve estimular novos investimentos, acredita o presidente da Coruripe: “a equalização do regime de tributação promovida pelo Governo do Estado possibilitou que Alagoas pudesse voltar a ser competitiva com os demais estados nordestinos no mercado interno. O setor começa a retomar os investimentos e o grupo também deve voltar a investir pensando em superar os números atuais e a alcançar um novo recorde de moagem”.
Na avaliação de Lorencatto, o governador Renan Filho !teve a audácia de inovar, restabelecer o equilíbrio e salvar a atividade industrial que é tradicional em Alagoas. Agora temos perspectiva, podemos gerar renda e emprego. Um impacto favorável para os próximos anos”, atenta o presidente da Coruripe.
Novos investimentos
Com a confirmação do recorde histórico de produção, os planos futuros da usina Coruripe estão em mais investimentos, como a oportunidade de geração de energia a partir da biomassa. “A energia é componente importante de rentabilidade. O Nordeste precisa dessa energia limpa. Ela ajuda o País a atingir as metas de redução de carbonos. E para o consumidro tem o menor preço, a tecnologia melhorou muito e o rendimento do etanol não está muito abaixo”, acredita Mário Lorencatto.