Agro
Proibição de queimadas afeta usinas de Alagoas
No Estado e na região, as usinas estão iniciando a safra de cana-de-açúcar 2019/20 e dependem da queimada no campo
Um decreto sobre a proibição de queimadas foi editado na quarta-feira (28) e publicado na edição desta quinta-feira (29) do “Diário Oficial da União” suspende a permissão do emprego do fogo por um período de 60 dias com o objetivo de proteção ao meio ambiente.
A medida foi anunciada em meio à crise ambiental e diplomática provocada pela escalada do número de queimadas e do desmatamento na Amazônia.
O veto da realização de queimadas em todo o território nacional pegou de surpresa e gerou muita preocupação no segmento sucroalcooleiro de Alagoas e do Nordeste.
No Estado e na região, as usinas estão iniciando a safra de cana-de-açúcar 2019/20 e dependem da queimada no campo para viabilizar a colheita manual na cana.
Em carta à ministra da Agricultura, Tereza Cristina, o presidente do Sindaçúcar-AL, Pedro Robério Nogueira e o presidente do Sindaçucar-PE, Renato Cunha, explicam que “há décadas realizamos a atividade de corte e colheita da cana-de-açúcar precedida do processo regular de queimadas desses canaviais, de forma controlada por área de execução e após autorização competente do órgão ambiental estadual a quem compete a jurisdição desta matéria”.
No documento, os representantes do setor sucroenergético reiteram que “a proibição das queimadas pode provocar colapso na atividade agroindustrial, impondo a paralisação imediata das atividades agrícolas, das operações industriais e o consequente desemprego dos que labutam nessas atividades, dado que a topografia das nossas áreas agrícolas, em sua predominância, impede o uso regular de mecanização”.
Ainda no documento, Pedro Robério Nogueira e Renato Cunha apelam à ministra: “Rogamos a V. Exa. promover as ações cabíveis para excepcionar as atividades agrícolas acimas mencionadas do contexto do decreto e com isso evitarmos perdas na produção e, sobretudo, da perda de cerca de 300 mil postos de trabalho indispensáveis à região Nordeste”.
Deputados federais e senadores de Alagoas e Pernambuco também estão atuando em Brasília para que o decreto seja reeditado, permitindo as queimadas de cana-de-açúcar. O deputado federal Marx Beltrão, coordenador da bancada federal de Alagoas já conversou com alguns ministros e com a liderança do governo na Câmara dos Deputados.
A expectativa é que o governo federal autorize as queimadas controladas no setor em todo o Nordeste já a partir desta sexta-feira, 30.