Agro
Asplana alerta para prejuízos com estiagem
O quadro atual prejudica não apenas a safra em andamento como também terá reflexos já no próximo ciclo
Diante de uma estiagem que vem perdurando praticamente desde o quarto trimestre do ano passado e que vem castigando a cana no campo, com a planta perdendo qualidade, a expectativa de inicial de beneficiar neste ciclo mais de 18 milhões de toneladas de cana, passa a ser revista para algo em torno de 17 milhões.
“Em dezembro havia um tempo já de estiagem. Mas, não era nada que nos preocupasse tanto assim. As chuvas estavam ocorrendo de forma regular e a gente acreditava que ela iria continuar. Mas, para a nossa surpresa, que não foi muito boa, a chuva parou”, afirmou o presidente da Associação dos Plantadores de Cana do Estado de Alagoas – Asplana, Edgar Filho.
Segundo o dirigente, há registros de municípios, principalmente na região sul do Estado, onde há mais de 50 dias que não há ocorrência de chuvas. “Fomos informados que há previsão de chuva, mas se ela não ocorrer teremos um comprometimento muito grande e talvez não vamos conseguir fazer as mais de 18 milhões de toneladas de cana que estavam sendo esperadas. A cana de último corte, que a gente espera dar um aumento na produtividade, ela está secando por falta de água, evitando que a planta crescesse de forma suficiente. O que tinha para ser perdido, já foi”, alertou.
Diante de um quadro de seca, o presidente da Asplana também afirmou que o quadro atual prejudica não apenas a safra em andamento como também terá reflexos já no próximo ciclo da cana em Alagoas. “Sem chuva, a socaria não está rebrotando e a cana pronta do inverno passado que esta secando. Isso prejudica muito e se tivermos mais 20 ou 30 dias sem chuvas, haverá sim um comprometimento alto para o próximo ciclo da cana em Alagoas”, reforçou Edgar.
Apesar do cenário, o presidente da Asplana afirmou que o setor está em processo de recuperação e que ainda deve ter uma moagem acima da ocorrida no ciclo 18/19. “Se este quadro persistir ainda assim não será uma safra ruim. Estamos em processo de recuperação. Na última moagem foram processadas 16 milhões de toneladas de cana e nesta deveremos superar esta marca. Também estamos tendo uma retomada de preços. A Índia teve seca na região mais produtora de cana com a produção recuando em até 20% e isso vai ter reflexo para nós. Com isso, a nossa expectativa é que o fornecedor e nem o industrial percam o otimismo de continuar plantando por questões climáticas”, afirmou Edgar.