Agro

Embrapa divulga avaliação econômica do ILPF

Os sistemas de integração tendem a ser viáveis, técnica e economicamente

Por Agrolink 26/02/2020 11h11
Embrapa divulga avaliação econômica do ILPF
Foto: Reprodução

A publicação ora lançada reúne estudos de viabilidade econômica dos sistemas de Integração-Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) nos biomas brasileiros, realizados pela equipe do projeto Eco-ILPF, cujo objetivo inicial era padronizar uma metodologia de avaliação econômica para esses sistemas. O projeto foi finalizado em 2019 e a obra é um de seus resultados. Embora não se tenha conseguido padronizar completamente as metodologias de análise, em virtude da complexidade e da heterogeneidade dos sistemas integrados, muito se avançou nas discussões metodológicas, comenta a editora técnica Mariana de Aragão Pereira, especialista em economia e pesquisadora da Embrapa Gado de Corte (Campo Grande, MS).

A pesquisadora, que também é autora de um dos capítulos da publicação da Série Documentos, número 268, constatou que os sistemas de integração, de forma geral, tendem a ser viáveis, técnica e economicamente, pois aumentam a produtividade e a produção dos componentes do sistema, melhoram a qualidade do solo e o bem-estar animal, ao mesmo tempo em que reduzem os riscos de variação de renda.

Mariana Aragão conta que várias modalidades da ILPF foram analisadas, incluindo ou não árvores, com adensamentos e espaçamentos diversos, com diferentes culturas desde mandioca e aveia aos tradicionais milho e soja ou algodão, em condições experimentais, sistemas modais ou fazendas reais. Opções para o pequeno produtor familiar também foram contempladas, como no caso apresentado pela Embrapa Amazônia Oriental (CPATU), que inclui árvores nativas, mandioca e pecuária de cria.

Resultados econômicos positivos

A editora afirma que os estudos comprovam que os resultados econômicos são positivos desde que as recomendações técnicas da ILPF sejam seguidas e haja demandas pelos produtos oriundos do sistema no mercado regional. Ela complementa informando que “pode haver variações de desempenho do sistema durante os anos, porém no longo prazo, um componente compensa o outro”.

A obra foi enquadrada nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável-ODS, promovidos pela Organização das Nações Unidas (ONU), que prioriza em sua agenda a sustentabilidade. Os sistemas de integração contribuem para as metas da Agenda 2030 da ONU de dobrar a produtividade agrícola e a renda dos produtores de alimentos.

Na apresentação do livro a editora destaca: “Todos os trabalhos apresentados na publicação demonstram como os sistemas de integração em todo Brasil vão ao encontro e favorecem a consecução de metas da ONU, como por exemplo, a de garantir sistemas sustentáveis de produção de alimentos e implementar práticas agrícolas resilientes, que aumentem a produtividade e a produção, que ajudem a manter os ecossistemas, que fortaleçam a capacidade de adaptação às mudanças climáticas, às condições meteorológicas extremas, secas, inundações e outros desastres, e que melhorem progressivamente a qualidade da terra e do solo”.

A publicação apresenta também dados da ILPF nos biomas brasileiros: “São pelo menos 11,5 milhões de hectares estabelecidos no Brasil com as modalidades de ILPF. Esse resultado ultrapassou a meta de nove milhões de hectares até 2030, estipulada pelo Plano de Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (Plano ABC), no âmbito do Acordo de Paris. O objetivo agora é superar a marca dos 14 milhões de hectares até 2030. Acredita-se que as avaliações econômicas contidas nessa obra colaboram para reduzir as incertezas e promover a análise crítica sobre estes sistemas de integração, contribuindo para sua maior adoção no setor produtivo e, por consequência, para os ODS”.