Agro
Boi gordo: mesmo com coronavírus, preço vai continuar sustentado
Com chuvas recentes, pecuarista pode manter os animais mais tempo no pasto e conseguir preços melhores
Com o surto do novo coronavírus, a China, um dos maiores compradores de carne bovina do mundo, deve reduzir as importações da proteína animal no primeiro trimestre de 2020, previsão do banco holandês Rabobank. De acordo com o relatório, o consumo doméstico ainda é considerado fraco no Brasil, mas prevê retomada de demanda interna.
Para o consultor em agronegócio do Itaú BBA, César de Castro Alves, apesar da incerteza quanto a doença, o cenário para os pecuaristas brasileiros ainda continua favorável. “Uma parte do mercado está começando a ficar otimista. Começamos a ver sinais de estabilidade na China e isso é o que mais importa para o setor de boi gordo do Brasil”, afirma ele.
“O coronavírus está avançando por todo o mundo, é um acontecimento incerto e ninguém tem o tempo certo de quando isso será controlado. Entretanto, pela época do ano, que agora é uma boa época de pastagens, caso se tenha um menor ritmo de exportação e isso pode acontecer, já que há registros que a logística na China ainda não está regular, os produtores podem segurar um pouco o gado e manejar a comercialização. A China ainda ainda é grande consumidor do alimento e vai precisar continuar comendo”, explica Alves.
Ainda segundo o consultor, há algumas notícias que a carne brasileira está com dificuldades para entrar nos portos do país asiático. “Há rumores que alguns frigoríficos estão precisando redirecionar para outros locais as mercadorias. Mas ainda sim, isso mostra que não é problema de demanda, mas sim de logísticas no país”, disse.