Agro
Usinas ultrapassam moagem final de cana da safra 18/19
O volume já chega a 16,5 milhões de toneladas
A safra de cana-de-açúcar 19/20 começou mais cedo, em agosto de 2019, e vai terminar mais tarde, com fechamento previsto para a primeira quinzena deste mês.
Mais longa e penalizada por uma seca severa entre os meses de setembro e janeiro, a produção mesmo superando a safra anterior ficará abaixo do esperado.
Pelos dados do departamento Técnico do Sindaçúcar-AL (boletim quinzenal nº 14 no fechamento do mês de março) as usinas alagoanas já esmagaram cerca de 16,5 milhões de toneladas de cana. O volume processo até agora supera a safra anterior, que foi de 16,3 milhões de toneladas, mas não devem atingir os números que eram esperados.
A primeira estimativa, no começo da safra era entre 18 de 19 milhões, depois revisada um intervalo entre 17 e 18 milhões de toneladas de cana. Agora, na reta final, o que se espera é que se aproxima de 17 milhões.
Na comparação com ao mesmo período da moagem passada, quando a posição acumulada era de quase 16,2 milhões de toneladas de cana, houve uma variação positiva de 2,4%.
Os dados são referentes a moagem finalizada de 13 unidades industriais e de duas (Sumaúma e Coruripe) que até o 31 de março, ainda estavam em operação. O boletim aponta ainda que sete unidades, que já enceraram a moagem, tiveram variações negativas em relação ao ciclo passado, oscilando entre – 1,3% até 12,2%.
A frustração do crescimento é atribuída principalmente a falta de chuvas. Entre setembro de 2019 e janeiro deste ano, houve uma redução de mais de 80% em relação aos índices pluviométricos médios na zona canavieira de Alagoas.
O que vem por aí
O crescimento, apesar de menor que o esperado, não desanima os produtores. O presidente da Asplana, Edgar Filho, avalia que as chuvas que caíram na zona canavieira de Alagoas a partir de fevereiro renovam a esperança dos fornecedores quanto à recuperação do canavial.
Para o ele, a precipitação que vem ocorrendo também terá reflexos importantes para a próxima safra da cana em Alagoas. “Tem chovido bem nas últimas semanas e isso nos dá um alento, além de reduzir as perdas que possam ocorrer a partir deste momento e as que já ocorreram”, reforçou.
O presidente do Sindaçúcar-AL, Pedro Robério Nogueira, também avalia que a precipitação pluviométrica a partir de fevereiro vai ajudar na formação da próxima safra.
A preocupação maior agora, tanto das indústrias quanto de fornecedores é com os desdobramentos da crise na economia mundial provocada pelo novo coronavírus, que pode impactar diretamente o setor sucroenergético, em função da queda do preço do petróleo e a consequente perda de competitividade do etanol.