Agro
Acordo entre bancos e Usina Coruripe, ampliam o prazo de pagamento de dívida
Negociação também envolveu um bônus adimplência que implica em uma redução no custo dos empréstimos
Os bancos Itaú e Rabobank, anunciaram a conclusão de um acordo firmado com a Usina Coruripe para ampliação do prazo de pagamento da dívida de R$ 1,7 bilhão da empresa. As instituições financeiras foram responsáveis pelo reperfilamento das dívidas da Coruripe e também ficaram responsáveis, junto a um sindicato composto por outras seis instituições financeiras, pela aprovação da ampliação do fluxo de pagamento de três para cinco anos. A negociação também envolveu um bônus adimplência que implica em uma redução no custo dos empréstimos, tanto em dólar quanto em real.
Segundo o comunicado enviado pela usina, as acordos comerciais foram bem sucedidos e garantem a alteração do cronograma de pagamento, sendo 10% da dívida na safra vigente e de 15% em cada uma das próximas quatro safras, com liquidação dos 30% finais em 2025.
Ele explica que houve adição no novo acordo, com a previsão de melhoria da relação dívida líquida/Ebitda de 3 vezes em março de 2020, para 2 vezes em março de 2025. Também foram reestruturadas as garantias, com adição de parte das terras em alienação e ações do Instituto do Açúcar e do Álcool (IAA) em segundo grau. O fluxo de desembolso das parcelas principais e juros será em setembro, dezembro e março.
Além dessas decisões, a companhia também trabalha em um programa de eficiência, que deve garantir aproximadamente R$ 90 milhões adicionais em economia, assim como em frentes inovadoras na gestão de fornecedores de cana e automação de processos corporativos.
Resultados trimestrais
As quatro unidades da Usina Coruripe presentes em Minas Gerais, registraram forte ritmo de produção de açúcar entre abril e junho deste ano (primeiro trimestre da safra 2020/21). No período, a moagem acumulada de cana-de-açúcar foi 4,6% superior ao que havia sido planejado: foram processadas cerca de 4,64 milhões de toneladas enquanto o volume previsto era de 4,43 milhões de toneladas. Com eficiência industrial de 88,44% na safra atual, a empresa teve uma produção de açúcar equivalente 9,6% maior que o resultado no mesmo período da safra 2019/2020.
A receita líquida consolidada, de abril a junho de 2020, foi de R$ 486,4 milhões – 39,6% maior que o previsto. Em relação ao mesmo período da safra passada, houve um crescimento de 26%. Segundo a companhia, o resultado foi motivado principalmente pelo aumento significativo do volume de vendas de açúcar VHP e leve aumento do tipo cristal. “A melhora na qualidade da matéria-prima e na eficiência industrial impactou positivamente nossa produção”, afirma Mario Lorencatto, presidente da Usina Coruripe.
No primeiro trimestre da safra 2020/21, o lucro operacional da empresa foi de R$ 91,2 milhões com margem de 18,8%, enquanto a perspectiva inicial era de R$ 15,7 milhões com margem de 4,5% (no mesmo período da safra anterior, o resultado foi de R$ 17 milhões, com margem de 4,4%). Segundo a companhia, o resultado de lucro operacional foi impulsionado pelo aumento das vendas e, principalmente, pelos preços líquidos realizados bem superiores ao previsto e aos valores obtidos na safra anterior.
Já o Ebitda ajustado acumulado no primeiro trimestre da safra atual foi de R$ 161,4 milhões, com margem de 33,2% sobre a receita líquida. Em relação ao projetado para o mesmo período, o desempenho e a margem foram superiores: a companhia previa R$ 104,5 milhões, com margem de 30%. No mesmo período da safra 2019/20, o Ebitda ajustado foi de R$ 128,5 milhões, com margem de 33,3% sobre a receita líquida.