Agro
Safra de cana 20/21 será menor que o esperado em Alagoas
As empresas ainda sofrem com os reflexos da seca dos anos anteriores
O clima mais uma vez frustrou as expectativas de produção do maior setor da economia de Alagoas. O presidente do Sindaçúcar-AL, Pedro Robério Nogueira, avalia que a safra de cana-de-açúcar no Estado será menor que o esperado.
“As empresas ainda sofrem com os reflexos da seca entre o final de 2019 e o começo de 2020”, pondera.
No começo da moagem, em agosto de 2020, o otimismo era maior. A perspectiva era chegar a 18 milhões de toneladas.
A expectativa, agora, com a aproximação do final da safra (a maioria das usinas encerra a moagem este mês) é que a produção chegue a 17 milhões de toneladas, podendo repetir a safra anterior (16,9 milhões) ou ter um crescimento leve.
O cenário, no entanto, não é considerado negativo. “Nossa estimativa inicial era chegar a 18 milhões de toneladas. Mas a escassez de chuvas influenciou no crescimento do canavial”, aponta Pedro Robério Nogueira.
Se confirmada a repetição, o resultado será recebido como positivo pelo setor, explica o presidente do Sindaçúcar-AL: “vamos manter a moagem de uma safra que vem da retomada da produção histórica no Estado. Além disso, o mercado tanto do açúcar quanto do etanol tem sido extremamente favorável, o que se reflete no resultado das empresas”.
Leia a versão oficial
Veja texto enviado pela assessoria do Sindaçúcar-AL
Usinas revisam dados para a safra 20/21 para 17 mi de toneladas de cana
Com mais de cinco meses de moagem, as usinas alagoanas revisaram a previsão inicial da safra 20/21 que era de 18 milhões de toneladas de cana para algo em torno de 17 milhões de toneladas processadas pelas unidades industriais do Estado.
“A safra alagoana entrou no terço final de sua moagem do período produtivo. Ela se apresenta com expectativa de uma provável repetição com certo acréscimo do volume de cana moída na safra passada. Nós processamos um número próximo a 17 milhões de toneladas de cana na safra 19/20 e, provavelmente, deveremos crescer um pouco mais ao término deste ciclo”, afirmou o presidente do Sindaçúcar-AL, Pedro Robério Nogueira.
De acordo com o dirigente do setor sucroenergético alagoano, a expectativa difere dos números que foram estimados no início da moagem em setembro passado. “Na ocasião, se apresentava um regime pluviométrico mais favorável ao desenvolvimento da cana-de-açúcar. Porém, com o primeiro trajeto da moagem, se constatou que a partir de novembro esse regime ficou mais escasso. Isso atrasou de forma importante o desenvolvimento da cana que será colhida até o próximo mês de março”, afirmou.
Para Nogueira, a escassez de chuva justifica a falta de incremento na intensidade que os empresários imaginavam ocorrer neste ciclo da cana em Alagoas.
“Entretanto, está sendo uma safra dentro do que se apresentava como perspectiva em plena pandemia da covid. Estamos conseguindo desenvolve-la com um certo grau de normalidade. Conseguimos manter as 15 unidades industriais em operação com emprego e comercialização plenos, além do atendimento de todos os contratos de açúcar para os mercados internacional e interno, assim como os compromissos com o etanol tanto local, quanto para fora de Alagoas. Em resumo, gostaríamos de poder termos ao final desta safra um crescimento mais vigoroso em comparação ao ciclo anterior. Cada vez mais fica mais claro que dependemos de uma regularidade hídrica. Com isso, é preciso intensificar os projetos de irrigação de canaviais. É esse grande projeto que os empresários alagoanos estão abraçando. O Sindaçúcar/AL tem percorrido os governos estadual e federal no sentido de ver implementado esse projeto para essa questão climática”, declarou.
Segundo o presidente do Sindaçúcar-AL, ainda no item etanol foi registrada uma queda importante de comercialização ainda decorrente do isolamento social provocado pela pandemia. “Com a redução da atividade social e econômica por ponta da pandemia”, finalizou.