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Programa do Leite segura mercado do leite em AL

Projeto cumpre papel na economia do Estado, evitando prejuízos para os criadores

Por Redação com Gazeta Rural 08/03/2021 18h06
Programa do Leite segura mercado do leite em AL

São mais de 80 mil famílias que participam diretamente do maior programa de inclusão social e produtiva de Alagoas. De um lado, gera renda, empregos, movimenta a economia. Do outro ajuda a alimentar quem tem fome – literalmente.
Essas são as faces mais conhecidas do Programa do Leite em Alagoas. E normalmente são esses os argumentos repetidos quando existem qualquer tipo de ameaça a sua continuidade – seja por atraso de recursos federais ou estaduais.

No entanto, o Programa do Leite tem uma outra face pouco lembrada, que se sobressai em momentos de crise de mercado – o de balizador de preços. Na prática, é como se fosse um garantidor de preço mínimo.

“Neste cenário, o Programa do Leite serve para controlar o preço mínimo no mercado. Enquanto hoje ele paga R$ 1,76 por litro de leite, no mercado o preço do produto está em R$ 1,60. O programa está em plena execução e nesse momento mostrando esse importante diferencial que é ajudar no equilíbrio de preços. Ao fazer isso, ele ajuda não só o pequeno, mas também o médio e grande produtor, direta e indiretamente”, declarou o secretário da Agricultura, Pecuária, Pesca e Aquicultura de Alagoas, João Lessa, lembrando que o programa está garantido até meados deste ano.

De acordo com ele, o processo de repaginação a que foi submetido o programa resultou em uma maior agilidade nos pagamentos aos criadores. “Estamos efetuando os pagamentos com maior agilidade e essa dinâmica foi obtida graças a inserção do programa no app Agro + Perto. Com isso, as cooperativas prestam contas e recebem os recursos, repassando-os para os criadores”, destacou o secretário acrescentando que, atualmente, o programa atende 86 municípios alagoanos.

O preço de R$ 1,76 por litro pago ao produtor hoje foi estabelecido em meados do ano passado por iniciativa do secretário de Agricultura do Estado; com apoio do deputado federal Marx Beltrão (PSD); senador Fernando Collor (PROS) e do governador Renan Filho (MDB), além do ex-ministro da Cidadania, Onyz Lorenzoni.

Segundo o presidente da Cooperativa de Produção Leiteira de Alagoas (CPLA), Aldemar Monteiro, diante da crise que vive o segmento do leite, o programa se tornou um grande atrativo para os agricultores familiares alagoanos.

“Temos muita gente que havia saído do Programa do Leite e que agora está voltando. Afinal, o preço que está sendo pago compensa já que o valor pago é maior que o ofertado no mercado onde o litro do leite chegou até a R$ 1,50. Se não fosse o programa, correria o risco de muitos criadores estarem hoje jogando leite fora”, ponderou Monteiro.

Até dezembro de 2020 o preço de leite pago ao produtor em Alagoas chegou a R$ 2,20 por litro. Em função de diferentes questões, como queda no consumo e aumento das importações, esse valor caiu gradativamente deste então, levando, hoje, algumas fábricas a suspenderem a captação da matéria-prima parcial ou totalmente.

Agricultores de comunidades como Ribeira; Cajá dos Negros e Picos, localizadas em municípios da bacia leiteira do Estado, foram algumas das localidades onde criadores optaram por voltar a participar do Programa do Leite.

De acordo com Monteiro, a CPLA, que chegou a ter mais de mil produtores fornecendo para o programa, no final do ano passado contava apenas com 200. Atualmente, 700 agricultores familiares da cooperativa estão cadastrados no programa. 

Os agricultores familiares deixaram o programa por atrasos no pagamento e, principalmente porque o mercado privado estava mais atrativo. Quem saiu agora está voltando. Não só na CPLA, mas em todas as outras cooperativas que operam o programa, a exemplo de Coopaz, Pindorama e Vale do Paraíba. 

“Eles estão voltando. Além de nutrir famílias carentes, além de ajudar a gerar renda para a agricultura familiar, o programa tem ainda essa outra característica muito importante que é o equilíbrio de preços. Mais uma vez fica demonstrado que esse programa não é só importante para o pequeno, para a cooperativa, mas para toda Alagoas”, reforçou Monteiro.