Agro
Unicafes AL aponta desaceleração do mercado
Federação afirma que agricultura familiar enfrenta dificuldades
Com os programas de compras institucionais reduzidos e as feiras livres limitadas nos municípios, a Federação Unicafes Alagoas vem catalogando uma série de queixas de cooperativas que estão com produtos da fruticultura e horticulturas sem espaço e sem cliente à vista. O mercado das compras institucionais em Alagoas já chegou a absorver 6 milhões de toneladas através dos programas de Aquisição de Alimentos (PAA) e de Alimentação Escolar (Pnae), além das compras da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Com 500 agricultores, a Cooperativa dos Produtores Rurais de Arapiraca (Cooperal), em Arapiraca, tem uma rede de produção de frutas, raízes, tubérculos, além de hortaliças e leguminosas. A cooperativa já chegou a comercializar um milhão de toneladas para as instituições e hoje fornece apenas o total 300 mil toneladas para as compras da Conab e PAA juntas.
A falta de atenção para as políticas públicas, na opinião da presidente da Cooperal, Maria Alves, pode agravar o sofrimento dos produtores. “Além de faltar o sustento desse trabalhador e agricultor, poderemos ter perdas significativas na produtividade da agricultura familiar. Espero que o governo olhe para esse público que vem pagando preço alto. Não queremos sair da roça para a cidade, queremos ter dignidade e continuar contando com o preço justo do programas governamentais e obtendo esse apoio, disse Maria.
A Federação Unicafes Alagoas, segundo o seu presidente Antonino Carvalho, destaca a importância do cooperativismo como ferramenta de apoio para os agricultores mediante as dificuldade na comercialização.
“A federação Unicafes tem sido incansável no trabalho de busca e cobrança para medidas mais incisivas para o setor. Esse é ainda um segmento muito frágil diante da ordem de mercado. Precisamos encontrar meios para esse público, abrindo mais mercado e oportunidade de políticas públicas. A situação atual inviabiliza totalmente o trabalho desse agricultor, que vai ficar sem cliente e sem a sua remuneração, sem seus ganhos. Estamos cobrando melhorias nos programas para que de forma mais funcional possa beneficiar, de fato, esse agricultor que vive à mercê de atravessadores”, disse Antonino.