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Preço de produtos juninos aumenta mais que o dobro da inflação

Maiores altas foram do arroz que subiu 52,45% e o açúcar 24%

Por Redação com AgroLink 28/06/2021 13h01
Preço de produtos juninos aumenta mais que o dobro da inflação
Arroz doce - Foto: Reprodução

Um levantamento feito pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC/FGV), baseado em 32 produtos alimentícios muito usados para pratos típicos na época de festas juninas, mostrou que houve aumento de 16% nos últimos 12 meses, enquanto a inflação ao consumidor medida pelo IPC-DI ficou em 7,98% no mesmo período.

Com a elevação de praticamente o dobro da inflação alguns itens pesaram mais. O arroz doce e o churrasco foram os principais vilões: o arroz subiu 52,45% nos últimos 12 meses e o leite condensado 25,62%, enquanto as carnes bovinas e a linguiça tiveram altas de 34,4% e 27,74%, respectivamente.

Outros produtos que subiram acima da inflação foram: açúcar cristal (24,02%), salsicha e salsichão (20,36%), farinha de trigo (18,08%), açúcar refinado (16,12%), queijo minas (13,95%), milho (13,79%), macarrão (11,72%), amendoim (11,13%), milho de pipoca (11,02%), doces e chocolates (10,5%), fubá de milho (9,19%), leite (8,92%) e vinho (8,24%). Apenas 2 produtos dentre os 32 itens registraram recuo em seu preço no período: a maçã (-1,57%) e a batata-inglesa (-14,54%).

O que teria colaborado para este cenário altista é que o volume de exportações para a Ásia, principalmente para a China, contribuiu para a redução da oferta de carne e soja internamente, e isso provoca um aumento no preço. A crise hídrica também teve impacto nessa dinâmica de preços: com a estiagem nos principais pontos de plantio dos cereais e leguminosas, a produção de soja, milho, arroz e amendoim ficaram impactadas, o que refletiu no aumento de preços desses produtos in natura, bem como das carnes, que usam milho e soja como ração. 

"Muitos desses produtos não têm substituto, então a principal dica pra driblar o impacto no bolso é pesquisar preços, dar preferência a marcas menos conhecidas ou reunir um grupo maior e comprar em ‘atacarejos’, para conseguir descontos maiores", detalha Matheus Peçanha, economista do IBRE.