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Rebanho bovino no Brasil é menor que o esperado, aponta estudo divulgado por associação

Segundo a Abec, Brasil tem menos de 200 milhões de cabeças

Por Redação com Agrolink 21/07/2021 15h03 - Atualizado em 21/07/2021 16h04
Rebanho bovino no Brasil é menor que o esperado, aponta estudo divulgado por associação
Rebanho brasileiro passa a ser apresentado com nova metodologia - Foto: Reprodução

A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) divulgou o relatório Perfil da Pecuária no Brasil em 2021. A partir desta edição, o rebanho brasileiro passa a ser apresentado de acordo com nova metodologia sugerida pela Athenagro Consultoria. Ao invés das 214 milhões de cabeças, foram consideradas 187 milhões, de acordo com o critério resumido no relatório. Em 2020, a área de pastagens utilizada atingiu 165,2 milhões de hectares, com uma produtividade média de 4,2 @/ha/ano ou 65,5 kg de carcaça/ha/ano.

Até a edição de 2020, a quantidade de cabeças no rebanho brasileiro foi divulgada de acordo com a Pesquisa Pecuária Municipal, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O comportamento do mercado entre 2019 e 2021 comprovou a inviabilidade da presença de um rebanho acima de 215 milhões de cabeças em território brasileiro, situação que já era frequentemente discutida entre os técnicos especializados em pecuária. A partir dos dados oficiais do Brasil e de diversos outros estudos conduzidos pela iniciativa privada, cada vez mais se aceita que o rebanho brasileiro esteja mais próximo dos 175 a 180 milhões de cabeças, oscilando até 190 milhões em alguns meses do ano.

No ano passado o PIB do Brasil foi de R$ 7,4 trilhões, uma queda de 4,1% em relação ao ano anterior. Apesar dessa queda, o PIB da Pecuária no mesmo período aumentou sua representatividade no PIB total, passando de 8,4% para 10%, evidenciando a força do setor na economia brasileira. O relatório mostra que a participação do PIB do agronegócio da pecuária de corte sobre o PIB total do Brasil vem em uma constante. Em 2010 a participação era de 9%.

Quando observado somente o PIB da pecuária de corte, o crescimento em 2020 foi de 20,8%, somando R$ 747 bilhões. Esse volume inclui todos os negócios e movimentações relacionados à cadeia, incluindo desde valores dos insumos utilizados na pecuária, passando por investimentos em genética, sanidade animal, nutrição, exportações e vendas no mercado interno.

Em 2020 foi registrado um abate de 41,5 milhões de cabeças, queda de 4,2% em relação as 43,3 milhões de cabeças abatidas em 2019. Nesse mesmo período o Brasil registrou um aumento de 8% nas exportações de carne bovina, que passaram de 2,49 milhões TEC em 2019 para 2,69 milhões TEC em 2020. Do total de carne produzida, 73,93% ou 7,63 milhões TEC tiveram como destino o mercado interno, enquanto 26,07% foram destinadas às exportações. Do total exportado, houve um aumento de 9,8% no volume de carne in natura, que passou de 2,04 milhão TEC em 2018 para 2,24 milhões TEC. Esse aumento se deveu não só ao número de países de destino, que passou de 154 para 157 países, mas também ao aumento do volume de carne destinada a mercados já consolidados, como a China, cujo volume exportado aumentou 127% entre 2019 e 2020.

Em relação aos maiores produtores Mato Grosso lidera com 27.427 milhões de cabeças ou quase 15% do total do rebanho brasileiro. Na sequência vem Goiás (19.710), Minas Gerais (19.687), Pará (18.135) e Mato Grosso do Sul (17.026), completando a lista dos cinco maiores produtores. O menor produtor é o estado do Amapá, com 46.7 mil bovinos. O município que concentra o maior número de animais é São Félix do Xingu (PA), com 1 .956.279 cabeças. Dos 187 milhões de bovinos, 40.445 milhões estão envolvidos na produção leiteira.