Agro
Alagoas supera crise na produção de cana-de-açúcar e pode ter safra de 18,8 milhões de toneladas
Após baixa produção na safra de 17/18, o setor vem se recuperado ao longo dos anos
O setor da cana-de-açúcar de Alagoas viveu o momento de sua menor produção na história na safra de 17/18. A moagem foi de apenas 13,7 milhões de toneladas de cana – praticamente metade da média histórica alagoana, de 25 a 26 milhões de toneladas por ciclo.
A crise resultou em sequelas. Até a safra 14/15, quando esmagou 23,1 milhões de toneladas de cana, o Estado tinha 21 usinas em operação. Hoje apenas 15 devem operar no próximo ciclo que vai começar na próxima semana.
O setor entrou em ciclo de recuperação pelos últimos quatro anos, conseguindo resultados após sobreviver à crise.
As empresas do setor que sobreviveram, navegam numa fase de retomada, graças a política de equalização fiscal implantada pelo Governo de Alagoas em 2018 – que nivelou os tributos com outros Estados produtores do Nordeste e deu maior competitividade à indústria local.
Empresas e produtores de cana independentes contaram com uma série de fatores favoráveis, entre eles a desvalorização dor real ante o dólar, que favoreceu as exportações de açúcar, e o aumento da demanda por etanol, com a consequente valorização dos produtos e da matéria-prima – a cana. Além disso, contaram com uma considerável contribuição do clima nos últimos anos.
Como resultado, Alagoas vem tentando retomar, safra após safra sua produção no setor. Depois da crise que derrubou a produção, em 17/18, com 13,7 mi de toneladas, a moagem foi a 16,5 mi em 18/19, depois 16,9 mi em 19/20 e chegou a 17,03 mi em 20/21. Agora, mais uma vez com a ajuda do clima e com investimentos em renovação e trato dos canaviais. Com otimismo dos fornecedores de que a safra que começa já na próxima semana será a maior dos últimos anos.
Saindo do forno
A primeira estimativa feita pelo Sindaçúcar-AL, a partir do levantamento com técnicos que atuam nas unidades industriais e com fornecedores de cana, foi divulgada nessa terça-feira (10). De acordo com o levantamento, a produção na safra 21/22 será de 18,8 milhões de toneladas. Desse total, cerca de 6,7 milhões devem ser produzidas por fornecedores independentes.
O crescimento estimado ante a safra anterior (17,03 milhões de toneladas) é de 10,9%.
A confirmação da estimativa depende do comportamento do clima durante a safra – principalmente nos meses mais quentes (de setembro a janeiro). Mas se continuar do jeito que está, o Sindaçúcar-AL deverá revisar sua previsão – para cima. A conferir.
Mercado
O presidente do Sindaçúcar-AL, Pedro Robério Nogueira está otimista não só com a produção agrícola, mas também com o mercado. Os preços do açúcar e do etanol se mantém com tendência de alta. Pedro Robério também participa, nesta quarta-feira (11), de um evento aguardado pelo setor sucroenergético – especialmente o do Nordeste.
O governo federal vai realizou, às 10h00, solenidade de assinatura da MP da Venda Direta do Etanol. A medida promete dar maior liberdade de comercialização às usinas, melhorar a remuneração da matéria-prima para os fornecedores e reduzir em até 30% o preço pago pelo consumidor nas bombas dos postos de combustíveis.
Versão oficial
Veja texto produzido pela assessoria do Sindaçúcar-AL sobre a estimativa de safra no Estado