Agro
Projeto pretende gerar energia solar em área de canavial
A pesquisa se mostra promissora para a produção de cana em Alagoas
A busca por novas formas de geração de energia é uma constante da indústria. Para as unidades do setor sucroenergético alagoano essa realidade não poderia ser diferente. Neste sentido, a usina Santa Clotilde, localizada na região metropolitana de Maceió, será palco de um projeto inovador para a captação de energia solar em áreas de canavial.
O projeto, que é executado por meio de parceria firmada entre a unidade industrial, Governo do Estado e a Universidade Federal de Alagoas (Ufal), consiste na instalação de painéis solares posicionados em pontos estratégicos e com altura suficiente para não afetar o desenvolvimento da cana no campo.
Para o setor sucroenergético, que tradicionalmente produz energia a partir da biomassa da cana-de-açúcar, a iniciativa agrega ainda mais valor ao segmento. “A cogeração de energia é uma realidade no nosso setor. A possibilidade de cultivar a cana e produzir energia solar, se apresenta como uma boa alternativa para agregar ainda mais valor ao nosso negócio”, afirmou o diretor da Santa Clotilde, Daniel Berard.
“A Fapeal viabiliza o recurso e a universidade desenvolve o projeto dialogando com as necessidades do setor produtivo. Vamos analisar se esse projeto se transforma em um grande case. Estamos investindo mais de um milhão de reais. É uma pesquisa muito promissora com este setor produtivo importante para Alagoas. Será uma nova forma de produzir cana e também energia de maneira limpa”, destacou o presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas (Fapeal), Fábio Guedes.
O projeto, que está em fase implantação, será ampliado para outras áreas, se comprovada a viabilidade sem causar prejuízos na safra. Neste sentido, de acordo com o professor do Centro de Ciências Agrárias (CECA) da Ufal, Hugo Nascimento, o primeiro objetivo do projeto é testar o espaçamento.
“Vamos saber se o sombreamento das placas sob a cultura vai influenciar negativamente ou não no desenvolvimento da planta. Há evidencias, em outras espécies que exigem mais luz que a própria cana, de que não existe essa influência. Pelo fato de a cana ser uma gramínea e por se tratar de uma espécie extremamente adaptada ao nosso Estado, existe uma grande expectativa de que teremos condições de aplicar essa tecnologia em outros lugares”, afirmou.