Agro
Assistência de políticas públicas possibilita que família invista em pastoreiro rotativo
Região enfrenta fortes secas, mas Mazé decidiu investir no ramo agropecuário após sua condição melhorar por meio de diversar políticas públicas
Sítio Caraunã em Água Branca, alto sertão de Alagoas. É neste lugar onde Maria Conceição mora com o marido, Edeilde José, e dois filhos. Mazé, como prefere ser chamada, dividia a casa alugada com os pais e o cônjuge, vulgo Dinho, e vivia em busca de trabalho para sustentar a família.
A seca na região dificultava a vida dos produtores, muitos dos quais chegaram a perder o rebanho por não terem pasto para alimentá-los ou pela sede causada pela estiagem. Com a chegada do Canal do Sertão, os criadores começaram a almejar uma vida melhor, dentre esses, está a Dona Mazé, que, após a disponibilidade de água, decidiu investir na produção agropecuária.
Com esse investimento, veio a assistência técnica do Instituto de Inovação para o Desenvolvimento Rural Sustentável de Alagoas (Emater), que proporcionou uma evolução na atividade por meio do melhoramento genético do rebanho de gado de leite, e construíram piquetes escalonados na forma de Pastoreio Racional Voisin (PRV), com capim açu. Hoje, a família de Mazé vive da atividade, que conta com 10 vacas leiteiras.
Além disso, eles também tiveram acesso a diversas políticas públicas por meio da Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP). Dentre elas, o crédito rural, que possibilitou um aumento na renda familiar graças à comercialização dos produtos excedentes.
“Antes a gente não tinha como produzir. Nossas expectativas eram precárias e não tínhamos benefícios. Hoje a situação é diferente. Melhoramos nosso pasto e aumentamos nosso rebanho e renda, tudo isso graças à Emater. Já conseguimos ter outra qualidade de vida com a produção do leite, por meio de parcerias que vão fornecer benefícios e tecnologias para avançar no desempenho e no conhecimento”, relatou.
O leite da produção de Mazé passou a ser comercializado através de uma associação de produtores para uma empresa privada. Atualmente, a renda familiar está em cerca de R$ 2 mil e, com a melhora da produção, a produtora construiu sua casa própria às margens do Canal do Sertão.
“Os serviços de assistência técnica público, gratuito e de qualidade permitiram que os produtores recebessem orientações dentro da cadeia produtiva e dos princípios da agroecologia. Isso contribui para que a família se fixe no campo e promove o desenvolvimento rural sustentável, melhorando as condições de vida econômica, ambiental e social”, ressaltou o técnico da Emater, Isaquiel Dias.