Em Limoeiro de Anadia, Agreste de Alagoas, no povoado Chã do Miranda, a família do agricultor Sérgio Iran tinha uma renda bruta anual de, aproximadamente, R$ 45 mil, trabalhando com a monocultura da cana-de-açúcar. Mas, depois do acompanhamento do Instituto de Inovação para o Desenvolvimento Rural Sustentável (Emater) e da adoção das práticas recomendadas, a propriedade passou a render mais de R$ 80 mil com diversificação de sua produção, um aumento de 77,7%.

Desta forma, a família consegue oferecer ao mercado produtos de qualidade no período da entressafra, com melhor valor pago, e aprimorando, significativamente, a rentabilidade, uma vez que os produtos são comercializados o ano inteiro.

A experiência iniciou em 2017 e contou com a promoção de cultivos tradicionais, com técnicas apropriadas e planejamento correto, para favorecer o sucesso da atividade produtiva. Com isso, foi investido nas produções de abacaxi, macaxeira, inhame e batata doce, além da criação de bovinos para reprodução, onde a venda dos bezerros ajuda a incrementar a renda familiar.

Sérgio percebeu que o sucesso de seus cultivos, além de melhorarem sua renda e, consequentemente, a qualidade de vida, também geraram dinheiro para outras pessoas na comunidade, por meio da demanda de insumos e da mão de obra permanente.

“Na época que plantava cana, passei muitos apertos, pois é caro para produzir. Então as usinas entraram em crise e quem sofre somos nós que produzimos, pois os preços eram baixos e as despesas altas. Fui desanimando e resolvi deixar de plantar cana. Hoje, os valores da cana estão melhores que antes, mas eu não voltaria, estou satisfeito com a forma que vivo hoje”, relatou.

Graças à orientação e acompanhamento da Emater, Sérgio teve condições de trabalhar com a diversidade produtiva, e planejar para colher na época em que os preços dos produtos estão em alta.

“Essa experiência exitosa pode ser implementada em qualquer outra propriedade, desde que os agricultores tenham os mesmos recursos e que estejam dispostos a desenvolver este tipo de trabalho, com a mesma garra e força de vontade”, pontuou o técnico extensionista da Emater, Mário Jorge.

Mário contou que, após algumas visitas à propriedade, pode mostrar como o Instituto o ajudaria a desenvolver o potencial produtivo. “Percebi que o agricultor havia passado pela experiência negativa de trabalhar a monocultura da cana de açúcar, mas praticava a diversificação de produção sem ordenamento produtivo, enfrentando muitas dificuldades, pois fazia apenas com cultivo de sequeiro”.

Então, o técnico da Emater apresentou ao produtor a possiblidade do acesso ao Crédito Rural, por meio do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura (Pronaf). “Conversei bastante com ele, explicando as estratégias que iriamos adotar para que tivesse seus produtos em períodos de entressafra, e isso lhe daria uma valorização melhor aos seus produtos, consequentemente, conseguiria pagar com tranquilidade ao banco. Ele aceitou”.