Agro
Usina investe no plantio consorciado de soja com cana
A soja foi o grão escolhido para o projeto que apresentou resultados positivos
A busca pelo aumento da produção e do lucro é uma constante no setor agropecuário. Neste sentido, ideias antigas são reformuladas e colocadas em pratica de uma forma mais atraente, a exemplo do plantio rotacionado de grãos em áreas de cana-de-açúcar. Na usina Caeté, por exemplo, a soja foi o grão escolhido para o projeto que apresentou resultados positivos, aproveitando até 40% das áreas destinadas a renovação do plantio de inverno da cana.
O primeiro plantio rotacionado foi realizado em uma área de 250 hectares, que resultou, após a colheita do grão, em um solo com mais nutrientes e fixação de nitrogênio, sendo uma contribuição importante para o desenvolvimento do canavial.
“O melhor consórcio pensando em uma cultura comercial para a cana-de-açúcar é a soja. Estamos promovendo uma quebra de paradigmas, tentando dentro do manejo encaixar a cultura da soja em áreas de transição. Existem experimentos que demonstram que esse consórcio com a soja leva a um incremento de até dez toneladas por hectare. A usina Caeté busca – dentro de uma fatia de áreas de inverno – essa rotação com grãos por ser uma parceria muito interessante para a nossa cultura principal que é a cana”, destacou Mário Sérgio, superintendente Agroindustrial das unidades Caeté e Marituba, responsável pela parte agrícola e industrial das usinas.
De acordo com ele, a diferença da soja para outras culturas que poderiam ser utilizadas, a exemplo do feijão verde, está no controle da erva daninha após a colheita, além da simbiose do nitrogênio. “A soja consegue deixar disponível no solo um volume de nitrogênio muito mais superior que qualquer outra cultura, além de uma área limpa”, destacou.
Segundo o superintendente, na área de 250 hectares que foi usada para o plantio – por meio de uma parceria firmada com um sojicultor – foram colhidas 55 sacas por hectare.
“O nosso projeto é chegar a três mil hectares de consórcio de soja com cana entre as duas unidades Caeté e Marituba, seguindo essa linha de parceria. A empresa não tem interesse em plantar soja. Precisamos pegar gente no mercado com ‘know haall’ para que ele possa fazer a cultura dele que é a soja e a gente consiga se especializar cada vez na cana-de-açúcar”, reforçou Mário Sérgio, afirmando que é feito um contrato anual com o parceiro para a exploração da área.
“Com isso, a gente, basicamente, fica com um percentual em cima da produção e ele explora a área com a cultura da soja dentro de um ambiente corrigido. Para a soja é muito vantajoso esse consórcio”, declarou o superintendente, lembrando que o plantio da soja começa em abril com o grão podendo ser colhido a partir de agosto.
Mário reforçou ainda que, neste sistema, a diversificação de cultura não tira o espaço da cana. “Com isso, Alagoas ganha de forma exponencial. A cadeia do agro tem um leque de muito forte de prestadores de serviços e fornecedores de insumos. Então, isso é muito bom para o Estado”, finalizou ele.