Com o apoio do Governo do estado e por intermédio da Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária, Pesca e Aquicultura (Seagri), a fabrica que fica localizada em Batalha, no sertão de Alagoas, será reativada. Decisão foi tomada após o Governo de Alagoas outorgar o Termo de Fomento da Unidade de Beneficiamento de Leite (UBL). A assinatura para execução do projeto aconteceu antes do carnaval, na sede da Seagri-AL.

Na ocasião se fizeram presentes o secretário Maykon Beltrão, o presidente da Cooperativa de Produção Leiteira de Alagoas (CPLA), Aldemar Monteiro, além de o secretário de Gestão Interna, Rodrigo Gaia, e do superintendente de Irrigação e Unidades Avançadas, Rodrigo Araújo.

“Um sonho antigo dessa importante cadeia produtiva no estado que, juntos, com o apoio de várias pessoas, conseguimos finalizar enquanto gestores. A outorga entre o Governo do Estado de Alagoas, através da Seagri-AL, e a Cooperativa de Produção Leiteira (CPLA), vai trazer autonomia ao produtor de leite, principalmente na hora da venda. Serão três mil produtores da região da Bacia Leiteira de Alagoas que fornecerão o produto e, com isso, irão beneficiar milhares de alagoanos que dependem dos derivados, principalmente na alimentação". 

O presidente da CPLA, Aldemar Monteiro, comemorou a conquista e o comprometimento do Governo do Estado, que vai garantir mais auxílio produtivo aos beneficiários da região. “Isso é um grande passo para o cooperativismo em Alagoas. Um avanço muito grande para a agricultura familiar e uma transformação econômica na Bacia Leiteira do estado alagoano”, citou Aldemar Monteiro.

Os recursos utilizados para a construção e reativação da UBL são oriundos do Governo de Alagoas, por intermédio da Seagri-AL, e autorizado pelo governador Renan Filho.

Conquista histórica

Há cerca de 10 anos, a CPLA vinha lutando para garantir a reativação da unidade e facilitar produções de leite em pó, leite condensado, leite UHT, bebidas lácteas e doces.

Com a reativação prevista ainda para o ano de 2022, a expectativa é de que mais de três mil pequenos produtores de leite sejam assistidos e, anualmente, possam produzir acima de 35 milhões de litros de leite.

Sobre isso, o superintendente de Irrigação, Rodrigo Araújo, destaca a atuação da Seagri-AL, em conjunto com o Governo do Estado, e pelo fortalecimento da Bacia Leiteira no estado.

“A assinatura do termo de fomento para a reativação da Unidade de Beneficiamento do Leite de Batalha é um grande avanço para o cooperativismo alagoano e para toda a cadeia do estado. A Seagri vem atuando em um dos seus principais papéis de ser um agente fomentador do desenvolvimento econômico e social de Alagoas. Através dela, a UBL vai trazer uma grande capacidade para agregar valor aos produtos da agricultura familiar da cadeia do leite e, consequentemente, disponibilizar um ganho maior no valor dos produtos”, comemorou Araújo.

Rodrigo ressaltou, ainda, sobre o impacto financeiro que a fábrica vai oferecer à economia local e estadual.

“Para o estado também é muito importante, porque o próprio estudo de viabilidade prevê que, no horizonte de 10 anos, Alagoas possa arrecadar - de impostos - aproximadamente R$ 32 milhões com o funcionamento direto da UBL”, finalizou.

O alívio financeiro para os produtores

A Unidade de Beneficiamento de Leite vai fomentar a criação de ocupações e renda na Bacia Leiteira. Para garantir o funcionamento da fábrica, serão ofertados cerca de 140 empregos diretos somente em Batalha. Além disso, para abranger pecuaristas familiares da região, espera-se que o número seja ampliado.

Produtora de leite desde sempre, Quitéria Andrade herdou o amor pela pecuária que, há gerações, auxilia o sustento familiar no município de Jacaré dos Homens. Sócia da CPLA, dona Quitéria comentou a importância da reativação da fábrica para os pequenos produtores da Bacia Leiteira.

“Em breve, a indústria estará aberta para oferecer oportunidades de emprego para os produtores da região. Por isso, eu tenho muito a agradecer ao presidente da CPLA, Aldemar Monteiro; ao secretário de Estado da Agricultura, Maykon Beltrão; e ao Governo do Estado Afinal, todos juntos, seguem ajudando e beneficiando o produtor e trabalhadores que pertencem à família do leite”, destacou Quitéria.

Sivaldo Santos Silva, produtor de leite há 20 anos, distribui em média 1.350 litros por mês, na comunidade Melancia, no município de Major Izidoro. Ele já prevê um aumento da sua produção com a chegada da UBL.

“Com a reativação da UBL, nós, produtores, teremos mais opções de venda do leite. Isso incidirá, diretamente, na concorrência pela matéria prima, favorecendo ao aumento do preço do leite e garantindo o escoamento da produção”, afirmou Sivaldo.

No município de Cacimbinhas, o médico veterinário Fernando Félix comentou sobre a movimentação na economia local e os benefícios para os produtores da região do sertão alagoano.

“Sem sombra de dúvidas, vai gerar empregos para população de modo tecnológico e mais moderno, com a produção de derivados lácteos, que atenderá às necessidades de todos. Com essa reativação da fábrica, toda região da Bacia Leiteira só tem a crescer. Os produtores de leite também vão contar com uma fábrica que traz benefícios e valorização ao leite vendido, por um valor um pouco mais alto”, lembrou Fernando.

Seguindo a perspectiva do cooperativismo, a fábrica vai trabalhar com pequenos produtores, triplicando a renda e aumentando - assim - a produtividade da agricultura familiar.

Produção de Leite de Alagoas

A região da Bacia Leiteira abrange uma área de 2.782,9 Km² e é formada por 11 municípios. Fazem parte Batalha, Belo Monte, Cacimbinhas, Jacaré dos Homens, Jaramataia, Major Izidoro, Minador do Negrão, Monteirópolis, Olho D'Água das Flores, Palestina e Pão de Açúcar.

A pecuária de leite é a principal fonte econômica para mais de 20 municípios alagoanos e tem como característica a grande participação do pequeno produtor.

Segundo dados obtidos pelo Governo de Alagoas, o estado superou a média nacional em 2020, tendo a maior produtividade de leite do Nordeste e é, hoje, a segunda maior atividade produtiva de Alagoas, desempenhando um papel fundamental na economia do país e ocupando o segundo lugar em todas as atividades de geração de emprego e renda.

Apesar das questões econômicas, sociais e climáticas enfrentadas pelos produtores, a vaca leiteira sempre esteve em alta e continuará sendo uma atividade importante na pecuária alagoana.

*Com informações do Governo de Alagoas