Agro
Moagem 21/22 entra na reta final com crescimento de safra
Várias usinas já processaram mais de um milhão de toneladas de cana; estimativa é beneficiar 18 milhões de toneladas
Iniciada em agosto do ano passado, a safra 21/22 se aproxima da sua fase final. Com o ciclo já encerrado por boa parte das usinas, a estimativa do setor é processar – possivelmente até os primeiros dias de abril – 18 milhões de toneladas de cana.
De acordo com o último boletim quinzenal de nº 12, divulgado pelo Sindaçúcar-AL, com dados da produção acumulados até fevereiro, mais de 16,8 milhões de toneladas de cana haviam sido processadas pelas unidades industriais. Com isso, o mês foi finalizado com crescimento de quase 8% face ao mesmo período do ciclo 20/21, onde pouco mais de 17 milhões de toneladas de cana foram beneficiadas.
O levantamento técnico apontou ainda que, até fevereiro, sete das 15 usinas já haviam ultrapassado a marca de um milhão de toneladas de cana processadas. Entre elas, a Impacto Bioenergia Alagoas, que assumiu os ativos industriais e parte dos ativos agrícolas da usina Seresta, em junho de 2019, ultrapassou a marca histórica de um milhão de toneladas de cana processadas em apenas três safras.
O levantamento técnico informou ainda que entre os produtos derivado da cana, até fevereiro, a maior alta de produção foi o etanol com variação de 5,4% em comparação a fevereiro do ano passado com mais de 403 milhões de litros processados. Já na produção de açúcar, o acumulado, até o mês passado, foi de 1,3 milhão de toneladas.
Otimismo
Em um webinar promovido pelo JornalCana, que teve como tema “ Mercado Bioenergético - Perspectivas para a safra 22/23 na região Norte/Nordeste”, o presidente do Sindaçúcar-AL, Pedro Robério Nogueira, reforçou o otimismo do setor em Alagoas.
O debate contou ainda com a participação de Luiz Carlos Queiroga Cavalcanti, presidente do Sindaçúcar na Bahia e do Grupo São Luiz, além de Renato Cunha, presidente do Sindaçúcar de Pernambuco e da NovaBio.
Na oportunidade, o líder do setor sucroenergético alagoano destacou o avanço da safra 21/22, reforçando a estimativa de uma moagem superior a 18 milhões de toneladas de cana.
“O desempenho da safra – até agora – está próximo de atingir a estimativa, podendo chegar a 18,5 milhões de toneladas de cana processadas. A finalização do ciclo deve ocorrer até o dia 08 de abril. Já foram moídas até fevereiro 16,8 milhões de toneladas de cana”, afirmou o presidente do Sindaçúcar, lembrando que na safra passada foram processadas pouco mais de 17 milhões de toneladas.
Quanto à produção regional, cuja estimativa dos estados canavieiros é atingir 51,2 milhões de toneladas de cana, faltam apenas 2,5 milhões para que a meta possa ser alcançada. “Foi uma estimativa conservadora e precisa. O desempenho, até o momento, está indicando que estamos próximos de atingir a meta desta safra na sua plenitude”, reforçou Nogueira.
O dirigente do setor afirmou ainda que a agroindústria canavieira no Estado vive um cenário de recuperação. “Diante de investimentos, estamos em direção a um canavial mais renovado que pode elevar a quantidade de cana beneficiada na próxima safra. Se for mantida a regularidade climática, programação de plantio e os preços em alta, o ciclo 22/23 tem todos os ingredientes para ser maior que o atual”, reforçando a importância da irrigação plena como trampolim para um salto de qualidade no canavial.
“Na safra 14/15, Alagoas produziu 13 milhões de toneladas. Saímos de 23 milhões para 13 milhões de toneladas. Graças a um processo de luta e esforço estamos tentando chegar ao padrão da capacidade instalada de Alagoas para voltar aos níveis passados”, finalizou Pedro Robério.