Agro
Safra de 21/22 é encerrada com aumento de produção
No total, as 15 unidades do setor sucroenergético alagoano processaram mais de 18,2 toneladas de cana
Após oito meses de moagem, a safra 21/22 foi finalizada em Alagoas nessa segunda quinzena de abril, beneficiando 18.227.493 toneladas de cana. Iniciado em agosto do ano passado pela Cooperativa Pindorama e encerrado pela usina Sumaúma, o ciclo contou com 15 usinas em funcionamento.
O resultado anunciado pelo Departamento Técnico do Sindaçúcar-AL aponta para a continuidade da curva de crescimento da cultura da cana em Alagoas, lembrando que foram processadas no ciclo 20/21 o total de 17.037.841 toneladas, enquanto na moagem 19/20 o acumulado final foi de 16.972.205 toneladas de cana.
Segundo o boletim quinzenal nº 15, com a posição da safra até o dia 15 de abril, quando todas as usinas do Estado já haviam encerrado a moagem, do total beneficiado em Alagoas, 8.536.907 toneladas foram de cana própria, 1.150.042 toneladas de acionistas e 7.905.690 toneladas de fornecedores, além de 634.854 toneladas classificadas como de outras origens.
O levantamento técnico aponta ainda que das mais de 18,2 milhões de toneladas de cana esmagadas no ciclo 21/22, 15.814.096 toneladas foram destinadas à produção de açúcar e 2.413.397 toneladas para a produção de etanol.
PRODUTOS
De acordo com o último boletim quinzenal, a produção de etanol era de 448.202 milhões de litros. Desse total, 198.294 milhões de litros foram do tipo anidro e 249.908 milhões de litros do hidratado. No mesmo período da safra passada, a produção acumulada era de 420.363 milhões de litros do biocombustível.
O levantamento técnico aponta para uma produção final de açúcar de 1.406.691 toneladas. Desse total, 1.080.746 foi do tipo VHP – comercializado para os mercados mundial e americano – e 281.567 toneladas do cristal, que tem como destino o mercado interno, além 44.378 toneladas de refinado.
Na safra anterior, segundo o boletim, a produção final foi de 1.429.423 toneladas.
Apesar dos números positivos em Alagoas, produção nacional teve queda superior a 10% na quantidade de cana esmagada
MOAGEM
Quanto à quantidade de cana esmagada na safra, a usina Coruripe conquistou o primeiro lugar, de acordo com o boletim do Sindaçucar/AL, tendo sido processadas 3.022.103 toneladas de cana.
Em seguida, a segunda unidade industrial com maior quantidade de cana beneficiada foi a Santo Antônio, com 1.882.200 toneladas, e na terceira colocação ficou a Caeté, com 1.600.029 toneladas beneficiadas.
No geral, nove unidades industriais das 15 em operação no ciclo tiveram uma moagem superior a um milhão de toneladas de cana.
NACIONAL
A produção nacional de cana na safra 21/22 registrou um total de 585,2 milhões de toneladas. O volume representa uma queda de 10,6% em relação à colheita registrada na temporada passada, apontou a Conab. Essa redução é explicada, principalmente, pelas condições climáticas adversas registradas – da estiagem durante o ciclo produtivo das lavouras e às baixas temperaturas registradas em junho e julho de 2021 –, que impactaram nas produtividades de importantes regiões produtoras.
Além do clima, a Conab verificou uma redução de 3,5% na área em produção de cana, passando de 8,6 milhões de hectares (ha) para 8,3 milhões de ha. A queda ocorre mesmo com um cenário positivo para o setor sucroenergético, com preços atrativos para o açúcar e etanol.
Apesar de ter registrado a maior redução de área e de produtividade, o Sudeste se mantém como a principal região produtora do país, com uma colheita de 366,9 milhões de toneladas – uma diminuição de 14,4% quando comparada ao ciclo anterior. No Centro-Oeste e no Sul, o boletim aponta para queda na produção com uma colheita de 131,3 milhões de toneladas e 31,9 milhões de toneladas, respectivamente. No Nordeste e no Norte do País a área plantada foi inferior à safra passada. Porém, nessas regiões, o clima foi favorável, refletindo em incremento nas produtividades. A produção final atingiu 51,1 milhões de toneladas nos estados nordestinos e de 3,86 milhões de toneladas nas áreas produtoras do Norte.
REDUÇÃO
Com a menor disponibilidade de matéria-prima, tanto a produção de açúcar como a de etanol foram reduzidas. Para o açúcar, a queda verificada chega a 15% em relação ao produzido na safra 20/21, estimado em 35,05 milhões de toneladas. Já no caso do etanol a produção total, proveniente da cana e do milho, é de 30,26 bilhões de litros, redução de 7,7% em relação à safra passada.
Com relação ao biocombustível produzido a partir da cana, o percentual de queda é de 10% em comparação a 20/21, chegando a uma produção de 26,78 bilhões de litros. A produção de etanol anidro teve aumento de 13,8%, alcançando 10,6 bilhões de litros. O total produzido do hidratado, por sua vez, ficou em 16,18 bilhões de litros, diminuição de 20,8%.