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Economista aponta crescimento na produção agrícola e pecuária de Alagoas; entenda

“Não existe produção agrícola nem atividade pecuária sem a água

Por Redação 31/05/2022 14h02 - Atualizado em 31/05/2022 14h02
Economista aponta crescimento na produção agrícola e pecuária de Alagoas; entenda
Chuvam devem beneficiar a produção agrícola e pecuária em Alagoas - Foto: Secom/AL

O estado alagoano sofreu bastante nos últimos dias com as fortes chuvas. Porém, o que muita gente não sabe, é que as chuvas que castigam as áreas urbanas são as mesmas que entregam fertilidade ao campo e elevam a produção agrícola e pecuária. Os efeitos positivos ao meio rural foram comentados
pelo economista Cícero Péricles em entrevista à TV Gazeta, nesta
terça-feira (31). Ele também cobrou políticas públicas efetivas para
evitar os danos recorrentes provocados à cada estação chuvosa nas
cidades. De acordo com o professor da Universidade Federal de Alagoas
(Ufal), as chuvas de agora devem elevar as safras de cana-de-açúcar,
mandioca, feijão, milho e palma forrageira.

“Não existe produção agrícola nem atividade pecuária sem a água. Ela é
determinante para esses dois segmentos que têm uma importância muito
grande na economia alagoana. Cerca de 800 mil alagoanos ainda vivem no
campo e vivem de atividade pecuária ou agrícola”, pontuou o economista.

Outro aspecto positivo destacado por ele é a regularidade das chuvas
em Alagoas, o que garante reservas hídricas para os períodos de
estiagem.

“Entramos no sétimo ano desse ritmo favorável da natureza em relação à
agricultura. A chuva irriga, mas também permite guardar água para os
próximos meses. Os grandes reservatórios, os açudes, os barreiros, as
pequenas cisternas – são 60 mil em Alagoas – guardam água para os meses
secos, garantindo tanto a sustentação da produção como também o
atendimento à população do Semiárido, que é muito grande”, citou.

No tocante à pecuária, os efeitos das chuvas também são benéficos,
aponta o economista – uma vez que a atividade desenvolvida em Alagoas é
extensiva, de campo aberto, e depende de grandes e viçosos pastos.

“Os pastos alagoanos ocupam uma área quatro vezes maior do que a
cana-de-açúcar. E lá, nessa área extensa, estão presentes grandes
rebanhos. Temos 1,3 milhão de bovinos, mais de 300 mil ovinos (carneiros
e ovelhas) e cerca de 80 mil caprinos (cabras e bodes). Tudo isso é
atendido por água e quando a água chega, melhora os pastos. Os pastos
melhores aumentam a alimentação e a alimentação maior para o gado
garante mais carne e mais leite. Nessas condições, abrem-se muito mais
possibilidades de atividade comercial”, ressalta o economista.

“A expectativa da pecuária para esse ano, assim como da agricultura, é
muito positiva em função do clima favorável, o que significa mais água
no pasto e mais água nas plantações”, arrematou.


Políticas públicas


O economista lamentou, entretanto, os estragos provocados pelas
chuvas nas áreas urbanas, sobretudo naquelas desprovidas de políticas
públicas de habitação e saneamento; disse que os problemas são
recorrentes e que exigem mais investimentos por parte do poder público.

“Nesse momento as chuvas estão representando um prejuízo grande,
muitas cidades e bairros alagados, perdas de habitações, pessoas
desalojadas, desabrigadas, um transtorno que afeta a vida de quase 20
mil, principalmente as pessoas mais pobres, que vivem em cidades como
Rio Largo, São Miguel e Penedo e bairros periféricos de Maceió. Esse é
um problema recorrente nas áreas urbanas, que exige mais investimentos
em habitação social, saneamento e políticas de prevenção, como a
contenção de encostas, para enfrentar esse drama em cada estação
chuvosa”, observou.

Com informações de Severino Carvalho.