Os reflexos das fortes chuvas, que causaram prejuízos econômicos e principalmente de perdas de vidas em Alagoas, são sentidos por produtores rurais e empresas do segmento do agro do Estado com perdas de lavouras, equipamentos e de estradas vicinais.

Enquanto, na zona canavieira alagoana as chuvas causaram inundações de parques industriais em pelo menos duas unidades industriais – com danos ainda sendo contabilizados pelas usinas – as enchentes levaram a perdas das mais variadas áreas de cultivo em todas as regiões do Estado.

As chuvas provocaram alagamentos; solo encharcado, provocando falta de oxigênio nas raízes e, consequentemente, a morte das plantas. A morte parcial das raízes mais finas reduz a absorção de água e nutrientes, prejudicando o bom desenvolvimento das plantações.

Neste cenário, com 59 municípios alagoanos em situação de emergência, segundo a Sala de Alerta, a Unicafes Alagoas iniciou uma mobilização para levantar dados sobre os prejuízos causados às propriedades da agricultura familiar e prestar auxílio aos pequenos produtores.

Informações repassadas à Unicafes/AL, entidade que representa 40 cooperativas da agricultura familiar, dão conta que há registro de danos irreparáveis à lavouras e produção de agricultores familiares. As perdas nas áreas plantadas variam de 30% a 90%.

“Precisamos saber a real situação das perdas no campo e como isso deve impactar na safra do agricultor familiar. Temos recebido bastante registros, e já estamos em ação para incluir todos aqueles que acumulam prejuízos no campo após as inundações”, explicou Antonino Cardozo, presidente da Unicafes/AL.

Neste quadro, a produção de alimentos, foi duramente afetada, prejudicando não só a alimentação humana mas também a animal.

Muitas agroindústrias vinculadas às cooperativas foram prejudicadas, principalmente em função de danos às estruturas causadas pelas chuvas, interrupção do fornecimento de energia elétrica, além da interdição de estradas de acesso aos empreendimentos e comunidades produtoras.LeiteNo sertão de Alagoas, por exemplo, laticínios estão parados já que os acessos vicinais foram destruídos pelas chuvas com os produtores rurais amargando prejuízos.

“O leite está sendo perdido por falta de acesso até os laticínios. Os caminhões ficam atolados em meio ao lamaçal formados nas estradas por conta das chuvas. Os produtores estão desesperados”, alertou o presidente da Cooperativa de Produção Leiteira de Alagoas (CPLA), Aldemar Monteiro.

Entre os problemas enfrentados pelos produtores de leite, principalmente nas regiões agreste e sertão, estão ainda a falta de energia em algumas áreas para o armazenamento do produto, além dos danos nas estradas terem causado a falta de rações para os animais.