Agro
Criação de peixe vira case de sucesso no Agreste de Alagoas
Criadores vêm conseguindo ampliar a produção com os resultados nas propriedades dando um salto tanto na produtividade, quanto na comercialização
Na zona rural do município de Girau do Ponciano, em pleno agreste de Alagoas, a criação de peixes em tanques se tornou uma atividade rentável que começa a abastecer a carência da demanda local, que é suprida por mercados de estados vizinhos da região, além de conquistar novos criadores. Graças ao trabalho de supervisão técnica e gerencial, os criadores vêm conseguindo ampliar a produção com os resultados nas propriedades dando um salto tanto na produtividade, quanto na comercialização.
Um desses cases de sucesso vem do sítio Mandú, onde quatro tanques são usados para a criação dos peixes, comportando uma população que varia de 1.500 a 3.500 indivíduos em cada um deles. A água usada para abastecer os tanques vem da coleta da chuva, com os tanques sendo reabastecidos por um riacho que atravessa a propriedade.
“Os resultados têm sido muito positivos, a partir da assistência técnica que recebemos do Senar-AL. Aprendemos muito na parte técnica, além da gerencial. Aprendemos, por exemplo, a dosar a quantidade de ração dada aos peixes, além de fazermos o trabalho de biometria periodicamente. Temos um controle da quantidade de peixes nos tanques e sobre o PH da água. Com essas, entre outras ações, percebemos que houve um aumento grande da produtividade”, afirmou o produtor rural Ronaldo Santos, lembrando que na Semana Santa foram produzidas quase cinco mil toneladas de peixe.
De acordo com ele, colocando em prática o conhecimento recebido, houve uma redução nos gastos e, em contrapartida, ampliados os ganhos com a criação.
Nos tanques, são criados peixes das espécies como tambaqui, tilápia e a tambatinga. “Mas, o nosso foco é o tambaqui, que tem um ciclo de 12 meses. Mas, após o trabalho de assistência técnica, estamos começando a investir mais na tilápia por ter um ciclo mais rápido de seis meses. Com isso, podemos reinvestir para aumentar ainda mais a produtividade”, esclareceu Santos.
Para a produtora rural Juliana Dias, que também trabalha com a criação de peixes, esse segmento do agro começa a ter uma visibilidade maior. “A criação de peixe na região do Agreste já é muito praticada. Contudo, não era vista. Receber um trabalho de assistência técnica e também na área gerencial, nos proporciona um maior conhecimento sobre manejo. É uma forma de incentivo para os criadores continuarem na atividade, além de servir de atrativo para outros iniciarem nesse segmento”, afirmou.
Campo
Diante do sucesso obtido pela propriedade, assistida pelo Senar-AL dentro do programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) do Agronordeste, foi realizado um dia de campo para produtores da região interessados em investir na criação de peixes. “Dentre os resultados positivos do programa no município, foi escolhida a propriedade Mandú para apresentar a parte da piscicultura. Essa propriedade está em atendimento desde dezembro de 2020, sendo encerrado no próximo mês de dezembro. Nesse período, foi observada a melhoria na produção”, destacou Luana Torres, gerente de Assistência Técnica e Gerencial do Senar-AL.
Segundo ela, a parte gerencial é o principal gargalo em todas as atividades agropecuários das propriedades, principalmente, para os pequenos e médios produtores.
De acordo com Leôncio Gusmão, engenheiro de Pesca do Senar-AL, a iniciativa de criar peixes no sítio Mandú foi uma ação inusitada. “É um caso inusitado. Os tanques foram construídos sem ter água para enche-los. A água existente nos tanques praticamente vem chuva, que é armazenada. Ao longo desse período, eles foram tendo sucesso e atraindo a atenção de vizinhos que começaram a também iniciar a criação de peixes”, afirmou.