Agro

Preço baixo da cana ameaça fornecedores de Alagoas

Segundo os fornecedores, o ATR passado, referente a setembro, não retratou o cenário de comercializado de açúcar em Alagoas

Por Bccom Comunicação 24/10/2022 16h04
Preço baixo da cana ameaça fornecedores de Alagoas
Fornecedores se reuniram para discutir atuação diante da alta dos preços - Foto: Assessoria

Preocupados com o preço da cana em Alagoas, fornecedores do estado se reuniram, na manhã desta segunda-feira, 24, na sede da Associação dos Plantadores de Cana do estado de Alagoas - Asplana, para discutir o problema que vem gerando prejuízos a categoria e pode inviabilizar a produção. Neste sentido, os produtores esperam que no próximo ATR, que deve ser divulgado até o dia 28 e que diz respeito a outubro, se reflita a realidade atual da comercialização do açúcar, em especial, do VHP.

Segundo os fornecedores, o ATR passado, referente a setembro, não retratou o cenário de comercializado de açúcar em Alagoas, entrando apenas a produção de etanol. 

De acordo com o presidente da Asplana, Edgar Filho, como em setembro não houve a venda do açúcar, o preço do produto ficou muito aquém do que está sendo praticado pelas usinas atualmente.



“A cana do fornecedor está muito mais barata se comparada com a comercialização, principalmente do açúcar VHP que corresponde a 46% do nosso mix. A reclamação dos fornecedores – com o receio de que o ATR do mês de outubro não suba – vem do surgimento de uma situação financeiramente inviável. As contas não estão fechando. É uma situação que está deixando todo muito preocupado. Da forma que está, fica impraticável. Há risco de uma quebradeira geral dos fornecedores de cana de Alagoas. Mas, se houver esse aumento, esperamos poder pelo menos pagar ou cobrir, empatando com os nossos custos. Está sendo um ano, realmente, muito complicado”, afirmou Edgar.

O dirigente dos fornecedores alertou ainda para a alta dos insumos neste processo. “Os preços do adubo e do herbicida estão altos, além de óleo diesel. O valor do salário mínimo no campo e da mão de obra subiram. Sem falar que o ATR do campo, este ano, também não está boa. Com isso tudo acontecendo, as contas para os fornecedores de cana não estão fechando”, finalizou preocupado.