Agro

Depois do “tombo”, AL terá maior safra de cana dos últimos anos

A safra 2022/2023, que entra a partir deste mês no terço final, mantém o ritmo de retomada

Por Blog do Edivaldo Júnior 13/01/2023 09h09
Depois do “tombo”, AL terá maior safra de cana dos últimos anos
Pedro Robério Nogueira, presidente do Sindaçúcar-AL - Foto: Assessoria

Na história recente, o “fundo do poço” do setor sucroenergético de Alagoas foi registrado na safra 2017/2018. A moagem de 13,7 milhões de toneladas foi a menor em décadas.

As safras seguintes foram de recuperação e o objetivo é retomar os patamares históricos com médias de 25 milhões de toneladas de cana por moagem no Estado.

O setor fechou a safra 2021/2022, em abril do ano passado, com um volume de 18,3 milhões de toneladas de cana esmagadas, em crescimento de 6,9% ante a safra anterior quando foram esmagadas 17,037 milhões de toneladas.

A safra 2022/2023, que entra a partir deste mês no terço final, mantém o ritmo de retomada, apesar de todos os problemas ocasionados pelas chuvas atípicas de verão, especialmente em novembro de 2022.

O excesso hídrico atrasou a moagem, causando transtorno principalmente para fornecedores de cana do Estado. Tradicionalmente, os produtores conseguiam moer sua produção até novembro, mas a maioria ainda tem cana no campo ainda no campo, segundo levantamento da Associação dos Plantadores de Cana, confirmados pelo Sindaçúcar-AL.

As chuvas, apesar de atrasar a moagem, não foram suficientes para reduzir a estimativa de crescimento da produção. A expectativa de alta se mantém.

“Continuamos apostando numa safra em torno de 19,5 milhões de toneladas”, aponta o presidente do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool em Alagoas, Pedro Robério Nogueira.

“Existe algum risco, dependendo do clima, de ficar cana em pé no campo. Mas nesse momento, todas as unidades operam com capacidade plena, num esforço para beneficiar todas as suas canas próprias, bem como as dos seus fornecedores”, explica o presidente do Sindaçúcar-AL.

De acordo com Pedro Robério, como as chuvas em novembro afetaram o funcionamento de todas as unidades, a expectativa é que a moagem seja mais longa em Alagoas. “Praticamente todas as unidades estão planejando a moagem até abril”, afirma.

Normalmente, apenas duas ou três unidades continuam a moagem em Alagoas até abril. A maioria tradicionalmente encerra a safra entre fevereiro e março.

Apesar do alongamento da moagem, Pedro Robério avalia que as chuvas deixarão saldo positivo para os próximos ciclos.

“A próxima safra deverá maior que a atual, em função do clima. As chuvas de verão ajudam principalmente na formação da safra seguinte. Além disso, registramos um aumento no plantio, o que aponta para desempenho positivo nos próximos ciclos”, aponta Pedro Robério Nogueira.