Agro
Se o “tempo” deixar Alagoas terá maior safra de cana em mais de 5 anos
Para conseguir tirar toda a cana-de-açúcar do campo as usinas de Alagoas mudaram de estratégia e ampliaram o tempo de moagem
A corrida é contra o tempo – literalmente. E em dose dupla. A colheita no ciclo 2022/2023 foi prejudicada pelo excesso de chuvas no período de verão. Com vários dias de parada, a moagem atrasou na maioria das 15 unidades industriais que estão em operação em Alagoas, atrasou mais de um mês.
Para conseguir tirar toda a cana-de-açúcar do campo as usinas de Alagoas mudaram de estratégia e ampliaram o tempo de moagem. Normalmente a safra era encerrada entre fevereiro e março, mas neste ciclo a moagem deve continuar até 15 de abril em pelo menos 13 das 15 unidades. Apenas duas usinas já encerraram a moagem em Alagoas, a Taquara (Colônia Leopoldina) e Leão (Rio Largo).
“O esforço em todas as unidades é o mesmo. Todos trabalham diuturnamente para tirar toda a cana do campo. E isto só não correrá se o tempo não permitir”, aponta o presidente do Sindaçúcar-AL Pedro Robério Nogueira.
Tempo, neste caso, reforça o presidente do Sindaçúcar-AL é uma “equação” que leva em conta o clima (chover ou não faz toda diferença) versus a quantidade de dias que faltam para o encerramento previsto da moagem.
“Se o tempo se mantiver seco até lá, certamente conseguiremos tirar toda a cana do campo, atingindo algo em torno de 20 milhões de toneladas de cana, nossa maior moagem em mais de cinco anos”
A expetativa, aponta Pedro Robério Nogueira, a partir de agora é ter moagens na faixa de 20 milhões de toneladas, deixando para trás a “pior safra da história”, a de 2017/2018, quando foram esmagadas apenas 13,7 milhões de toneladas de cana.
Trajetória
A agroindústria da cana-de-açúcar de Alagoas está em fase de retomada da produção. O setor viveu seu pior momento na safra 17/18, com a menor produção da história. A moagem foi de apenas 13,7 milhões de toneladas de cana – praticamente metade da média histórica alagoana (de 25 a 26 milhões de toneladas por ciclo).
A crise deixou suas sequelas. Até a safra 14/15, quando esmagou 23,1 milhões de toneladas de cana, o Estado tinha 21 usinas em operação. Atualmente apenas 15 usinas operam a cada ciclo.
Desde a safra 2017/2018, Alagoas vem tentando retomar, safra após safra sua produção histórica. E tem mostrado potencial para chegar lá. Depois do “fundo do poço”, em 17/18, com 13,7 mi de toneladas, a moagem foi a 16,5 mi em 18/19, depois 16,9 mi em 19/20, chegou a 17,03 mi em 20/21 e de 18,2 milhões de toneladas na safra 21/22.
Versão oficial
Veja texto da assessoria
Safra 22/23 deve seguir até abril com expectativa de moer 20 mi de toneladas de cana
Com mais seis meses de moagem e diante de um cenário com a proximidade das chuvas, o presidente do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool no Estado de Alagoas (Sindaçúcar-AL), Pedro Robério Nogueira, afirmou que a expectativa do setor é finalizar a safra 22/23 até a segunda quinzena de abril com um esperado aumento na quantidade de cana processada.
“A depender do clima, a data estimada pelas unidades para encerrar a moagem é 15 de abril, tendo a expectativa de moer toda a cana disponível no campo. Se isso ocorrer, vamos passar de 20 milhões de toneladas de cana beneficiadas”, declarou Nogueira.
De acordo com o dirigente do setor em Alagoas, que representa 14 das 15 unidades industriais em operação no estado, em outras safras, no período que corresponde a segunda quinzena de março, muitas unidades já teriam encerrado a moagem. Contudo, no momento atual, apenas uma usina finalizou o ciclo.
Segundo Pedro Robério, até o dia 15 de março, de acordo com o levantamento feito junto as unidades industriais constatou que a diferença em relação ao mesmo período do ciclo passado era de apenas 1%. O acumulado era superior a 17 milhões de toneladas de cana processadas.
“As usinas estão conseguindo tirar o atraso. Agora, pode ser que já tenha empado a produção entre as duas safras. Caminhamos para a superação da produção e torcemos para chegar aos 20 milhões de toneladas a depender das chuvas”, finalizou.