A pesquisa para novas variedades de cana, que atendam às necessidades do setor sucroenergético, não para. Neste cenário, um dos clones vem tendo destaque pelo desempenho, a República Brasileira (RB) 07818, que se destaca pela precocidade com alto teor de açúcar, resistente à praga de broca e plantio sem restrição ambiental.

 “Essa variedade é filha da RB 92579, sem as características indesejáveis, a exemplo da cor de caldo. O programa de Melhoramento Genético da Cana-de-Açúcar (PMGCA) investiu em 2007 em variedades que não tivessem problemas e conseguimos ter, hoje, uma filha da 92579 precoce, rica e resistente as principais doenças, principalmente as ferrugens e o carvão”, afirmou o pesquisador e diretor Técnico da Asplana, Antônio Rosário.

De acordo com ele, a RB 818 vem ocupando o espaço das variedades de início de safra. “Tínhamos a 1011 e a 3250, mas a 818 chega para o produtor iniciar a safra com um ATR muito bom e com nível de produtividade”, frisou Rosário, lembrando que a usina Caeté – matriz é a unidade industrial do estado com a maior área plantada da variedade, chegando próximo a três mil hectares.

“É uma variedade nordestina e alagoana que vem atender tanto a indústria, quanto ao fornecedor desde o pequeno até o grande. Apostar em variedades é o melhor investimento. Afinal, proporciona um custo menor. Tivemos aumento de preços em tudo, mas o valor de uma tonelada de cana de semente continua o mesmo. Com isso, o produtor ganha ainda 30% a mais em produtividade. É um material que vem contribuir e que tem altíssima sustentabilidade. Afinal, em uma área menor vai se produzir mais e com menos insumos”, reforçou o pesquisador do PMGCA.

Segundo informou Antônio Rosário, há ainda outros materiais promissores produzidos pelo PMGCA. “Temos ainda a 08791 e a 01494, sendo essa última mais voltada a quem cultiva com irrigação”, finalizou.